Geral

Em Goiânia, 90% dos mananciais estão em situação crítica, aponta Semad

Divulgação/Saneago
Local de captação de água pela Saneago no Rio Meia Ponte, em Goiânia

Dos mananciais responsáveis por abastecer 641 bairros de Goiânia, 90% deles estão em situação crítica, aponta levantamento da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), por meio do Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo). O motivo seria a ação humana no meio ambiente.

Segundo relatório da Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma), a capital conta, atualmente, com 85 cursos d’água sendo quatro ribeirões, um rio e 80 córregos. Porém, “a maioria está sofrendo algum tipo de intervenção seja canalização, lixo ou descarte irregular de resíduos”, explica André Amorim, gerente do Cimehgo.

O gerente do Cimehgo, André Amorim, destacou que por estar em um país com “abundância de água”, os brasileiros tendem a acreditar que podem tratar o recurso como algo de pouca importância, o que não deveria ser feito.

“As pessoas têm o hábito de levar o lixo de suas casas, como sofá, pneus, televisões e geladeiras para os mananciais”, ressaltou Amorim.

Atualmente, a capital conta com programas e leis para inibir crimes ambientais causados pela própria população. Além disso, 12 cursos d’água estão em processo de revitalização. No entanto, segundo Amorim, a ação precisa ser coletiva e integrada.

“Apesar do poder público estar realizando ações, implementado leis, as pessoas não têm dado a importância real para a preservação da água. Nós temos bacias onde tem uma maior concentração de pessoas com sintomas, como se fosse um paciente que está na UTI. A população precisa lembrar que sem água não há vida”, destacou Amorim.

Seca

O gerente da Cimehgo ainda lembra que o país vive uma seca relativa, que, inclusive, atinge Goiás e acende um sinal de alerta.

“Seca quer dizer também que nós temos um agravamento na falta da chuva e das águas que estão distribuídas entre córregos e rios”, explicou Amorim.

Há 37 dias sem chuvas na cabeceira do Rio Meia Ponte, a vazão média da bacia é de 13.686 litros por segundo. Vale lembrar que o período de estiagem deve permanecer por mais quatro meses, podendo levar o escoamento para um nível crítico, fenômeno que já é monitorado pela Semad.

“Ao longo do tempo nós temos observado que as vazões e os níveis dos mananciais têm rebaixado. Eles têm ficado em um nível pior a cada ano. Nós não temos uma recuperação eficiente no período chuvoso para esses mananciais”, informou Amorim.

El Niño

O clima quente deve ficar ainda mais evidente no Brasil e no mundo. Isso porque o fenômeno El Niño está se estabelecendo. De acordo com o Cimehgo, em Goiás o fenômeno deve causar ondas de calor ainda mais intensa, chegando até 1,5ºC acima da média, apontando para outro problema sério no estado, que são as queimadas.

Neste ano, já foram mais de 3 mil incêndios florestais registrados pelo Corpo de Bombeiros. Com a seca, a tendência é que a situação se agrave.

Comentários
Os comentários publicados aqui não representam a opinião do jornal e são de total responsabilidade de seus autores.
ANUNCIE AQUI