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Em Goiânia, apoiadores de Bolsonaro pedem “intervenção federal”

Fábio Lima / O Popular
Maioria dos inconformados com a derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL) se vestiu de verde e amarelo; muitos exibiram a bandeira nacional

O feriado do Dia de Finados, nesta quarta-feira (2), foi marcado por manifestações de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), derrotado na eleição do dia 30. A principal concentração em Goiás continua sendo em frente ao 1º Batalhão de Ações de Comandos do Exército, no Jardim Guanabara, em Goiânia.

De acordo com a Polícia Militar, cerca de 10 mil pessoas participaram do protesto no local nesta quarta. O grupo se reúne no Guanabara desde segunda-feira (31). O trânsito no local já chegou a ser interditado por manifestantes ao longo da semana, mas, na noite desta quarta, o tráfego estava fluindo lentamente e sem bloqueio.

Segundo o secretário estadual de Segurança Pública, Renato Brum, durante a tarde o trânsito foi desviado pelas forças de segurança por causa da grande concentração de manifestantes. A Polícia Militar segue acompanhando o protesto.

Vestidos em maioria de verde e amarelo, membros do grupo levaram cartazes com críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF), ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, e com pedido de “intervenção federal”. Os manifestantes estão confundido pontos jurídicos em suas reivindicações.

Bolsonarista e membro da Frente Conservadora em Goiás, Jeniffer Crecci afirma que não há previsão de quando a manifestação será interrompida. Jeniffer relata que a movimentação no local nesta quarta foi maior que nos dias anteriores por causa do feriado. Segundo ele, a maior concentração de pessoas ocorreu no período da tarde. No início da noite, o grupo começou a dispersar, mas com previsão de retorno de parte das pessoas nesta quinta-feira (3).

Jeniffer argumenta que os manifestantes aguardam a publicação de relatório das Forças Armadas sobre o processo eleitoral. Segundo ele, até lá, os protestos devem continuar. Ao longo de quase quatro anos de governo, Bolsonaro alimentou a narrativa de que houve fraude na eleição de 2018, argumentando, sem apresentar provas, que venceu no primeiro turno daquela eleição.

Nesta quarta também houve manifestação em frente à Base Aérea de Anápolis. Por este motivo, o fluxo do trânsito ficou lento na BR-414.

Rodovias

De acordo com Brum não houve interdições em GOs nesta quarta. O secretário relata que um grupo de manifestantes tentou bloquear novamente a GO-070, em Inhumas, mas foi impedido pelo Batalhão Rodoviário. Nesta semana, houve momentos de interdição parcial e total em mais de 20 pontos em rodovias goianas.

Nas BRs, os bloqueios parciais continuam. O último boletim sobre o tema antes do fechamento desta edição foi divulgado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) às 14h52. O órgão identificou interdição parcial na BR 364, em São Simão; na 050, em Catalão; e na 060, em Rio Verde.

Em nota, a PRF informou que não existe nenhum ponto de bloqueio total em BRs que passam pelo estado. “As rodovias federais são locais de maior visibilidade, com maior concentração de pessoas gerando uma situação de maior complexidade para desmobilização”, diz o texto.

A nota afirma ainda que o trânsito está fluindo em todas as BRs e que as equipes estão em todos os locais que demandam atenção.

Nacional

Protestos contra o resultado da eleição ocorreram em frente a quartéis ou repartições militares em todo o país, com citação a Deus e família e defesa de intervenção militar.

Com faixas, cartazes, gritos de guerra esportivos e interdição do trânsito, os golpistas alegaram, sem prova alguma, que as eleições foram fraudadas e que é preciso salvar o país da “ditadura do STF”.

Questionados nos atos sobre como deveria ser a intervenção, porém, participantes dos protestos se limitam a afirmar que houve roubo na eleição, sem dizer como isso se deu, e não detalham como seria efetivado o desejo dos grupos.

Com gritos de “ordem e progresso” e “intervenção federal”, apoiadores de Bolsonaro se concentraram em frente ao Comando da 4ª Região Militar do Exército, na região oeste de Belo Horizonte. O protesto na capital do segundo maior colégio eleitoral do País ocorre por inconformismo com a derrota de Bolsonaro. Minas Gerais era considerado um estado estratégico para o presidente reverter a diferença para Lula registrada no primeiro turno e vencer a eleição, mas apesar de ter diminuído a distância, o petista manteve a dianteira.

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