Aos 91 anos de idade e devota de Nossa Senhora Aparecida, Líbia Guerreiro do Valle cumpriu uma promessa e fez a primeira tatuagem depois que o neto caçula, Pedro Henrique Guerreiro, de 19 anos, foi aprovado em Medicina na Universidade de Ribeirão Preto (Unaerp), em São Paulo. Natural de Araguari, no estado de Minas Gerais, a vovó diz que é goiana de coração e sorrindo, brinca que duvidou que o neto fosse aprovado. “Fiz a promessa e pegava no pé dele, mas eu achava que ele não estudava tanto”.
Líbia é mãe de Márcia Guerreiro, Cláudia, tem um filho já falecido. Pedro é filho de Márcia e é o caçula de 9 netos, mas questionada sobre mais tatuagens, ela diz que não. “De jeito nenhum, a promessa foi só pra ele mesmo, que é o mais novo. Eu pensava muito positivo, fiz minha promessa e tive que cumprir, né? Não doeu, foi muito tranquilo e ficou linda”, completa.
Pedro Henrique se defende, diz que estudou muito, mas sorri ao falar dos outros netos de Dona Líbia. “Sou o preferido”. Ele conta que a avó começou a falar da promessa no início de 2021 e que o incentivou muito, servindo de motivação, mas diz que não acreditava, de fato, que ela cumpriria. “Fiquei sem palavras, lisonjeado. Foi uma sensação inigualável. Não acreditava e até mesmo quando me falaram não acreditei, só quando vi as fotos.”
O estudante já está em Ribeirão Preto cursando a faculdade. Entre as várias tatuagens do neto de Dona Líbia, um Buda. “Ele tem várias tatuagens, não tem juízo não”, fala sorrindo. Márcia Guerreiro diz que a família sabia da promessa, mas não acreditava muito que ela fizesse. “Eu não tinha vontade de fazer tatuagem de jeito nenhum, mas fiz a promessa e precisava cumprir”.
Luã Evangelista, conhecido como DaLua foi o tatuador escolhido e o encontro no estúdio aconteceu nesta terça-feira (15). “Ela falou que era promessa e que fazia questão de pagar todas as promessas que fazia para a Padroeira. Líbia ficou impressionada de não doer como imaginava e encantada com a tatuagem à medida que eu ia executando o procedimento.”
O tatuador afirma que independente da idade, o procedimento de biossegurança é igual ao de qualquer cliente. “Tem de seguir à risca para não ter problema. A pele é diferente um pouco, porque é menos flexível e mais fininha. Eu costumo sentir nos primeiros traços colocando a agulha mais leve e assim adapto a pressão da agulha sobre a pele”, completa.