Geral

Enfermeira que causou lesões em pacientes é presa após nova vítima denunciar infecção nos seios

Divulgação/Polícia Civil
Marcilane da Silva Espíndola

A enfermeira Marcilane da Silva Espíndola, suspeita de causar lesões graves em pacientes após procedimentos estéticos, foi presa nesta quinta-feira (11), em Aparecida de Goiânia. Segundo a delegada Luiza Veneranda, a enfermeira já responde por outras nove denúncias e agora foi presa após surgir uma nova vítima.

"Essa nova vítima me procurou e me informou que ela havia sido atendida pela Marcilane em janeiro e fevereiro deste ano, sendo que ela estava proibida de exercer qualquer atividade desde agosto do ano passado. Com o aparecimento dessa nova vítima a gente descobriu que ela estava descumprindo a determinação judicial", contou a delegada.

Em nota, a defesa da enfermeira disse que ela não foi ouvida pela polícia antes do pedido de prisão o que 'impediu a investigada de contrapor eventual acusação". Também informou que a prisão ocorrida na quinta já foi substituída por prisão domiciliar e que "a investigada estará sempre à disposição para qualquer esclarecimento necessário".

Entenda o caso 

O caso começou a ser investigado no final do mês de julho de 2023 após três pacientes ficarem com os rostos deformados depois de realizarem procedimentos em uma clínica de estética. A PC realizou a Operação Salus para investigar o caso e os policiais cumpriram mandados de busca e apreensão no estabelecimento, onde a enfermeira atendia. 

Quase todas as pacientes que procuraram a polícia foram atendidas em uma clínica odontológica, em Aparecida de Goiânia, onde a enfermeira começou a fazer os primeiros procedimentos. Segundo a polícia, depois disso, a investigada alugou uma casa, no Setor Oeste, em Goiânia, para ter um espaço próprio. 

De acordo com a investigação, uma reclamação unânime entre as pacientes lesionadas, é que elas não receberam nenhum tipo de assistência da suspeita após as complicações, mesmo tendo procurado a profissional. 

Busca e apreensão 

A PC realizou a Operação Salus para investigar o caso e os policiais cumpriram mandados de busca e apreensão no estabelecimento, onde a enfermeira atendia. Segundo a delegada, a enfermeira não poderia realizar os procedimentos pois não possuía nenhuma especialização. 

"Ela chegou a apresentar pra gente vários certificados, só que esses certificados em sua maioria cursos de pequena duração, de 24 horas, 48 horas. Só que somados todos os cursos a gente não consegue totalizar nenhuma especialização, que é de 360 horas", afirma a delegada. 

Proibida de realizar serviços estéticos 

Em agosto de 2023, uma decisão do Tribunal de Justiça proibiu Marcilane de exercer qualquer atividade parecida com aplicação de produtos químicos indeterminados para harmonização, procedimentos cirúrgicos e serviços estéticos. Mas a investigada descumpriu a regra estabelecida pelo tribunal. 

Não deu assistência 

De acordo com a investigação, uma reclamação unânime entre as pacientes lesionadas, é que elas não receberam nenhum tipo de assistência da suspeita após as complicações, mesmo tendo procurado a profissional. 

Um outra vítima da enfermeira, que preferiu não ser identificada, contou que pagou R$ 7, 5 mil para fazer uma harmonização nos seios e glúteos, mas o procedimento deu errado e, com uma semana, começou a sentir muitas dores. Agora, ela espera por justiça.  

"Deu uma abertura muito grande e o produto começou a sair por ele próprio. Ainda tem muitos nódulos nos meus seios, tenho que fazer uma nova cirurgia de reconstituição das mamas e a única coisa que a gente quer hoje é a justiça”, disse a mulher.

Vítimas

Como mostrou o Daqui, uma das vítimas da enfermeira é Karla Karoline Borges, que é vigilante. Ela disse que foi atraída por um anúncio em redes sociais e contou ainda que pagou R$ 12 mil para realizar os procedimentos feitos por Marcilane e que após as aplicações um dos seios ficou deformado.

"Os médicos disseram que se não melhorasse eu poderia ter que retirar a mama, eu senti muita dor", disse a vigilante.  

Já a veterinária Moema Póvoa relata que teve uma infecção generalizada após uma harmonização nos seios e  precisou fazer a retirada total das mamas após fazer o procedimento com a profissional.

"Os médicos optaram por fazer a mastectomia dos meus seios porque nenhum medicamento estava controlando a infecção”, contou Moema em entrevista à TV Anhanguera. 

Comentários
Os comentários publicados aqui não representam a opinião do jornal e são de total responsabilidade de seus autores.
ANUNCIE AQUI