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Exposição "Contatos Imediatos" será aberta nesta quinta-feira (14), na Vila Cultural

Wildes Barbosa

O artista visual Demir jura de pé junto que, há dois anos, enquanto passeava com amigos nos arredores de Brasília, viu discos voadores que sumiam e apareciam de forma veloz no céu. 

“Era de dia, eu e todos os meus colegas assistimos a cena bem de perto. Parecia ser algo de outro mundo”, diz. As experiências extraterrestres do pintor podem ser vistas na exposição "Contatos Imediatos", que entra em cartaz nesta quinta-feira (14), na Vila Cultural Cora Coralina. 

Anos antes do episódio em Brasília, Demir sonhava com naves e seres interestelares. Presenciou, também, episódios misteriosos em Olhos d’Água, vilarejo distrito de Alexânia, e em histórias compartilhadas por pessoas da Chapada dos Veadeiros e de Pirenópolis. Todas as experiências culminaram nas obras expostas na exposição, a primeira individual do artista de 64 anos. 

“Antes de fazer os trabalhos, costumava pintar casinhas antigas nordestinas, já que meus pais são de Natal (RN). Foi um amigo que me despertou a pintar a temática da ufologia. Comprei uma Kombi e passei a desenhar discos voadores”, explica o artista.

 A mostra reúne 70 trabalhos inéditos do artista, entre desenhos, pinturas, serigrafias e objetos. Nesse conjunto de obras, Demir explora, de forma autoral, criativa e irreverente, as possibilidades desse insólito encontro entre ícones da ufologia e do imaginário pop dos quadrinhos e filmes de ficção científica. Também apresenta a rotina da vida interiorana brasileira, na lida no campo e nos espaços urbanos e também nas festas populares, dentro da tradição da arte popular.

Valdemir dos Santos, o Demir, é brasiliense e durante muito tempo da carreira viajou com sua Kombi em uma temporada como artista itinerante. Vendeu o automóvel e atualmente vive em uma chácara em Brazlândia, cidade-satélite de Brasília, onde mantém seu ateliê. Vira e mexe, o artista sonha com seres de outros mundos e espaçonaves. 

Todo o repertório extraterrestre de Demir é alimentado não apenas pelos filmes de ficção científica e histórias em quadrinhos do gênero, mas pelas histórias compartilhadas por outras pessoas que juram ter avistado luzes estranhas pelos céus. “Na Chapada dos Veadeiros e em Pirenópolis, conheci diversas pessoas que me relataram experiências com objetos não identificados, o que só comprova que eu não sou o único lunático daqui”, brinca o artista. 

Contato

A organização da exposição é assinada pela Hidrolands Grafisch Atelier, do artista visual Marcelo Solá, colecionador assíduo da obra de Demir com mais de 40 obras. Há três anos, em uma de suas muitas viagens a Pirenópolis, quando passava por Olhos d’Água, Solá avistou um senhor pintando em um cavalete improvisado em na calçada. Era Demir. O encontro marcou o início de um contato mais estreito entre ambos. Solá explica que não apenas adquiriu mais obras de Demir, mas se tornou um grande incentivador do artista. O resultado de todo o processo e contato entre os artistas resultou na "Contatos Imediatos".

“A exposição é uma forma de apresentar meu trabalho para os goianos, que ainda não conhecem as minhas obras. Também é a minha primeira experiência individual. Com certeza tudo isso engrandece meu trabalho”, argumenta Demir. 

A mostra, que tem curadoria da estreante Débora Duarte, fica em cartaz na Vila Cultural até o dia 24 de janeiro de 2024.

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