Dando o próximo passo na estratégia de investir em conteúdo em vídeo, o Facebook deve anunciar em breve os "ad breaks", anúncios comerciais para monetizar o conteúdo.
A revelação foi feita pelo vice-presidente de parcerias Dan Rose, durante entrevista exclusiva à Folha na Mobile World Congress, em Barcelona. A estratégia é um passo ousado na concorrência com outras plataformas de vídeo, como o YouTube, da Google, que já trabalha com este modelo de negócio há anos.
Segundo Rose, o projeto se encontra em fase de testes e deve aparecer primeiro nos vídeos ao vivo, ainda nas próximas semanas. A divisão de lucros seguirá o padrão de mercado, com 55% para a plataforma e 45% para o produtor.
"Pela primeira vez, o usuário que produz conteúdo em vídeo para a timeline vai poder ganhar dinheiro com isso, é um passo importante na nossa estratégia", conta ele, que diz que os testes com conteúdo postado, fora do Live, levará ainda alguns meses.
Outra novidade anunciada pela empresa é uma aba de feed de vídeos, já em teste nos aplicativos. "É uma seção para quem só quer navegar por vídeos descobrir o que está sendo postado, com um enfoque grande para a interação e a discussão que a comunidade faz em torno dele", comenta o VP, que aponta os próximos cinco anos como cruciais para a rede social se firmar como plataforma de vídeos.
O vídeo nativo se tornou foco da empresa nos últimos anos. Em 2015, Zuckenberg anunciou os embeds, para que o conteúdo postado na timeline pudesse ser compartilhado em sites, sem republicação fora da rede. Em 2016, lançou o Facebook Live para streaming, além do suporte para vídeos em comentários.
Na edição anterior da Mobile World Congress, a empresa anunciou uma parceria com a Samsung para produzir óculos de realidade virtual e já suportava conteúdo 360º na timeline desde 2015. Agora, testa o autoplay com som ativado, uma estratégia vista como agressiva por alguns.
A empresa não anuncia um cronograma específico para os países, mas afirma que os ad-breaks devem surgir na timeline nos próximos meses.