Na próxima quarta-feira, 4 de setembro, o mundo celebra o Dia da Saúde Sexual, campanha que chama a atenção para o crescimento de infecções sexualmente transmissíveis (IST) na população. A cada dia, segundo o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids), 1 milhão de novos casos de IST são registrados em todo o planeta, além de 4 mil novos casos de HIV (sigla em inglês do Vírus da Imunodeficiência Humana).
No Brasil, dados do Ministério da Saúde indicam que casos de HIV/aids vem crescendo entre homens de 15 a 29 anos. Em 2021, a quantidade de infectados pelo vírus era maior entre os homens de 25 a 29 anos (53,3%). Nas mulheres, o maior índice foi registrado entre 40 e 44 anos (18,4%). Os números da pasta também registram crescimento dos casos de sífilis em homens, mulheres e gestantes. Para a médica infectologista Juliana Barreto, o mito de não falar sobre sexo ainda existente dentro das casas dos brasileiros e ajuda na disseminação das ITS.
“Se você não falar sobre sexo dentro de casa com seu filho adolescente, por exemplo, ele vai buscar informações na internet. E, às vezes, o que vai encontrar na rede não é o melhor para a saúde dele. Essa conversa, é sim tão temida pelo pais, mas pode evitar contaminação, pode estimular o uso de preservativos e a tão importante vacinação”, defende a especialista. “É muito importante lembrar os filhos que o HIV não tem cura. E muitas das IST podem levar à morte se não tratadas”.
Entre as doenças sexualmente transmissíveis mais comuns, e não menos preocupantes, além do HIV, estão a sífilis, a hepatite B, a gonorreia e a clamídia, segundo Juliana Barreto, que atende no Órion Complex. “Se não tratadas, todas essas doenças terão repercussões. O HIV, por exemplo, pode evoluir para AIDS, a síndrome da imunodeficiência adquirida, levando ao óbito. A sífilis pode ter repercussões até mentais, de neurossífilis, se não tratada. Já a hepatite B pode causar uma insuficiência hepática e um câncer no fígado. A gonorreia e a clamídia também vão para o mesmo caminho. Elas precisam ser tratadas”.
Vacinas
Além do uso do preservativo, as vacinas contra o HPV (sigla em inglês para Papilomavírus Humano) e hepatite, que são ofertadas gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) ajudam na prevenção às ITS. Juliana Barreto explica que a imunização é direcionada para crianças e adolescentes, pessoas que vivem com HIV, além de outros casos.
“Não tem motivo para não vacinar contra o HPV e a hepatite. Elas estão disponíveis de graça pelo SUS e evitam vários tipos de câncer”, diz. “E além de se vacinar e usar preservativo, a educação sexual é muito importante. A população, com certeza, está mais relaxada. É necessário mostrar que essas doenças podem ter consequências sérias”, finaliza a médica.