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Falsos advogados presos por aplicar golpes tinham informações privilegiadas sobre vítimas

Divulgação

O grupo criminoso do Cerará, suspeito de se passar por advogados para aplicar golpes em Goiás, tinha informações privilegiadas sobre as vítimas, segundo a Polícia Civil. De acordo com o Grupo de Repressão a Roubos, da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Garra/ Deic), mais de 50 vítimas foram identificadas em Goiânia, Região Metropolitana e interior. O prejuízo causado é de aproximadamente R$ 300 mil.

"Os criminosos obtém, de forma privilegiada, diversas informações de processos judiciais da vítimas, entram em contato e se passam ou por funcionários de escritórios de advocacia, advogados ou defensores públicos para dar golpes", explicou o delegado Murillo Leal.

Por não terem os nomes divulgados, o Daqui não conseguiu localizar as defesas dos suspeitos para que se posicionassem até a última atualização desta reportagem. 

Em nota enviada ao Daqui, o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO) disse que não foi informado sobre a operação e que "mantém rígido controle no pagamento de precatórios". Também afirmou que "não se tem notícia ou denúncia de nenhum pagamento de precatório realizado de forma indevida no TJGO".

O Daqui entrou em contato com a Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Goiás (OAB-GO) para saber se vão se posicionar sobre o caso, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem. 

Taxas judiciais

Conforme a polícia, após terem acesso as informações sobre o pocesso das vítimas, os suspeitos mentem que o processo judicial delas está em fase avançada e possui alvará ou precatório a receber, mas que para receber é necessário fazer o pagamento de valores como taxas judiciais e honorários advocatícios e enviam uma chave PIX de um suposto contador ou colaborador do escritório de advocacia. 

"Para dar maior credibilidade ao golpe, os criminosos também enviam documentos de forma fraudulenta para a vítima, usando nomes de alguns magistrados, enviando guias de recolhimento falsas de tributos, alvarás e certidões falsos e as vítimas acabam acreditando", informou o delegado.

Megaoperação

A megaoperação Precatório Fantasma acontece nesta quarta-feira (31), mas a investigação teve início em dezembro de 2023. Até o final da manhã, 14 pessoas haviam sido presas no Ceará. Ao todo, foram cumpridos 30 mandados de busca e apreensão e bloqueio de mais de 340 contas bancárias. Outros 12 mandados de prisão estão em andamento. 

"É um grupo organizado que atua de forma permanente. Alguns dos suspeitos possui contas em mais de 20 bancos, então são indivíduos que estão capacitados para dar golpes. Vários possuem passagens por estelionato e crimes envolvendo fraudes. Não tem identificação de ninguém do poder juduciário envolvido nessa fraude. Ainda tem equipes da Deic no Ceará para tentar prender os outros suspeitos", informou o delegado. 

A PC informou que os suspeitos devem reponder por fraude eletrônica e associação criminosa. 

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