A família do goiano Elsirio Bueno de Siqueira, de 53 anos, que morreu após ser atingido por uma árvore em Portugal, está fazendo uma vaquinha para trazer o corpo dele para o Brasil. Filha dele, Thaynara Santos Siqueira de 24 anos contou que uma funerária cobrou R$ 40 mil para trazer o corpo para Brasília, no Distrito Federal, e, depois, para Goiás.
“Com empréstimo e ajuda da vaquinha, já conseguimos a maior parte. Faltam agora só R$ 2 mil. Já passei R$ 10 mil para eles aguardarem e precisamos conseguir o restante até amanhã”, falou a filha.
Thaynara disse que os R$ 2 mil que ainda faltam ela precisa reunir até quarta-feira (22), pois tem voos nesta data que saem de Portugal e vem para Brasília. A família deseja fazer uma despedida para Elsirio em Anápolis, a 55 km de Goiânia, onde ele vivia antes de se mudar.
Thaynara disse ainda que não vê o pai pessoalmente há cerca de quatro anos, desde que saiu do Brasil para tentar melhores condições de vida. Para conseguir fazer a despedida, a família disponibilizou o PIX pelo CPF de número 705.309.311-50.
“A gente falava por ligação de vídeo quase todos os dias, mas a gente não se via desde que ele foi para lá. Precisamos muito de ajuda para trazer ele de volta para ser enterrado aqui no Brasil. Não temos condições financeiras porque o custo fica muito alto”, disse a filha.
Morte após acidente
A morte de Elsirio foi na sexta-feira (17), no primeiro dia de trabalho dele em uma colheita de eucaliptos em uma vila portuguesa chamada Vouzela. Thaynara contou que, no dia, a função dele era de carregar ferramentas.
"No caminho de levar as ferramentas, dois rapazes estavam cortando os eucaliptos e meu pai passou bem na hora. Disseram que eles gritaram bastante, mas quando meu pai olhou para cima, a árvore caiu em cima dele", disse Thaynara.
Apesar de não ter experiência em cortar árvores, estava animado com o novo emprego. Thaynara disse que ficou sabendo que o pai morreu quando uma mulher ligou para ela pelo telefone dele, por volta de 14h30.
“Eu recebi uma ligação do telefone dele e era uma mulher, perguntando o que eu era do Elsirio, falou que tinha acontecido um acidente com ele. Eu perguntei se estava tudo bem e ela disse que não, que ele tinha chegado a óbito”, contou.
Após o acidente, os colegas chegaram a chamar os bombeiros e ele chegou a ser levado para um hospital, mas o goiano não resistiu aos ferimentos e morreu.
Busca de melhores condições fora do Brasil
Segundo a filha do meio, ele saiu do Brasil há cerca de quatro anos para tentar melhores condições de vida. Primeiro, ele foi para a França e, depois, para Portugal. Ao longo dos anos, ele teve vários trabalhos, entre eles, como ajudante de pedreiro e também raspando neve de carros.
“Era o sonho dele ir para fora do Brasil, mas ele não estava feliz, porque não estava conseguindo emprego e estava longe de todo mundo. Ele estava desempregado, até que tinha começado neste trabalho. Ele sempre foi muito trabalhador. Trabalhou desde a infância como mecânico de motos, tinha uma oficina aqui em Anápolis”, contou.
A jovem falou da relação que tinha com o pai, quando eles moravam juntos em Anápolis. Elsirio era divorcidado da mãe de Thaynara.
"Ele falava que amava todos os filhos, mas que eu era o 'grude' dele. Eu acordava mais cedo todos os dias para arrumar o café da manhã para ele levar para o serviço. Ele era tudo para mim", lembrou a filha.