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Fones de ouvido podem causar danos à audição; saiba como evitar

Unsplash / @rupixen
É importante evitar o compartilhamento de fones de ouvido, e lembrar de higienizá-los

Os fones de ouvido se popularizaram pela praticidade e por fornecer privacidade para quem os usa. O período de quarentena, em que mais pessoas passaram a trabalhar de casa ou ficar mais tempo em casa pode se tornar um momento propício para aumentar o uso desses objetos, seja devido a uma videochamada do trabalho ou para ouvir uma música para matar o tédio ou se distrair.

Apesar das vantagens os fones de ouvido também podem fazer mal para a audição, e, portanto, demandam alguns cuidados dos usuários. É importante se atentar à intensidade sonora, à limpeza do equipamento e a possíveis desconfortos que o uso dele causa na orelha.

Thiago Zago, médico especialista em otorrinolaringologia, destaca que o uso abusivo dos fones de ouvido já é a segunda maior causa de perda de audição na população, perdendo apenas para o envelhecimento. Quando se considera apenas o público jovem, é a primeira causa.

“Quanto maior a intensidade sonora, menor o tempo de uso”, aconselha Zago. É importante também considerar que o tempo de uso é acumulativo, por exemplo, se uma pessoa trabalha em um ambiente ruidoso e ao chegar em casa também se expõe a muito barulho, há uma soma das duas exposições e o dano aumenta.

“Quando o som chega no ouvido, causa uma vibração no tímpano, que é levada à cóclea, parte auditiva do ouvido interno. As células ciliadas, quando recebem a vibração, se movem, e quando expostas por um tempo prolongado podem perder sua sensibilidade perante à vibração da frequência sonora”, explica Zago. 

Como o fone possui uma intensidade maior do que sons do ambiente externo, devido à proximidade com a orelha, ele tem mais facilidade para gerar esses danos nas células ciliadas, que não se regeneram e com isso reduzem a capacidade auditiva de uma pessoa.

No geral é recomendado que as pessoas sigam chamada “regra do 60 por 60”: não escutar por dia mais de 60 minutos de som em volume superior a 60% da capacidade de som do aparelho.

O médico destaca que a maioria dos aparelhos hoje em dia já possuem uma configuração de segurança, que indica quando uma pessoa está usando mais de 60% da capacidade do fone. Em alguns celulares e computadores a barra que indica o som é dividida em quadradinhos, e cada quadradinho representa 10% da capacidade do aparelho.

Quando a taxa de 60% é ultrapassada, os sons começam a ficar muito altos e prejudiciais para o sistema auditivo. Outra forma de identificar se a intensidade sonora é danosa é perguntar para uma pessoa próxima se ela está escutando o que estamos ouvindo no fone. Se sim, é porque o volume está excessivamente alto.

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Alguns fones mais novos também possuem aplicativos que permitem monitorar a intensidade sonora. “Se você está ouvindo algo em uma altura em que não consegue manter uma conversa com uma pessoa, provavelmente está acima [do recomendado]”, complemente o médico. “Caso uma pessoa esteja ouvindo zumbidos constantemente nos ouvidos após exposição sonora, algo que geralmente é apenas temporário e não dura muito tempo, ela deve procurar um especialistas”, alerta o médico. Zago também dá outra dica na hora de escolher qual fone comprar: “o fone do tipo concha, também conhecidos como headphones, são mais vantajosos pois abafam melhor o som externo, então podemos ouvir algo com uma intensidade menor”. Esse tipo de fone também é mais indicado porque não entra no ouvido, evitando infecções causadas pelo contato do interior da orelha com germes e bactérias acumulados no fone e também sem machucar o canal auditivo.
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Ainda em relação à saúde do ouvido, o médico alerta que o fone é individual, e o ideal é não compartilhá-lo e sempre higienizar para evitar infecções de bactérias e fungos. “[Para higienizar] pode usar um pano seco e depois passar álcool gel ou usar um pano molhado com detergente e depois fazer uma secagem”, comenta o médico. Por último, é importante ficar atento aos danos físicos que os fones podem causar nas orelhas. chamados fones auriculares, ou earphones, são o tipo mais comum de fone, aqueles que colocamos dentro do nosso ouvido, na região do canal auditivo, e possuem um formato padronizado. “Entretanto, o formato do canal auditivo varia de pessoa em pessoa, e por isso pode haver uma incompatibilidade com o fone, causando incômodo e facilitando otites, que são inflamações no ouvido, ou lesões”, explica Zago. Assim, ao primeiro sinal de incômodo deve-se trocar o fone.
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