Depois das acusações de assédio sexual feitas por uma figurinista, a Rede Globo decidiu dar um 'descanso' à imagem do ator José Mayer. O galã global, que estava reservado para o folhetim "O Sétimo Guardião", de Aguinaldo Silva, deve ficar de fora da trama. A novela tem previsão para estrear no ano que vem. As informações são do colunista Fernando Oliveira, da Folha.
Circula nos bastidores da TV carioca que a avaliação geral é de que será necessário um tempo fora do ar para evitar desgaste. Outra decisão tomada é que Mayer não deve viver personagens sedutores tão cedo. Os mais radicais afirmam que isso nunca mais acontecerá.
O ator nega as acusações. Em nota, ele afirma: "As palavras e atitudes que me atribuíram são próprias do machismo e da misoginia do personagem Tião Bezerra [que ele interpreta na novela], não são minhas!"
"Respeito muito as mulheres, meus companheiros e o meu ambiente de trabalho e peço a todos que não misturem ficção com realidade", escreveu Mayer, que participa da novela das 21h, "A Lei do Amor", que acabou nessa sexta (31).
A Globo afirmou que não comenta assuntos internos, mas que "repudia toda e qualquer forma de desrespeito, violência ou preconceito". A emissora disse que "todas as questões são apuradas com rigor, ouvidos todos os envolvidos, em busca da verdade".
Entenda o caso
Em relato publicado no blog #AgoraÉqueSãoElas, da Folha de S.Paulo, na madrugada desta sexta-feira (31), Susllem Tonani, 28, afirmou que o ator colocou a mão esquerda na genitália dela em fevereiro deste ano, "na presença de outras duas mulheres".
Segundo Susllem, suas negativas não surtiram efeito. "Disse a ele, com palavras exatas e claras, que não queria, que ele não podia me tocar, que se ele me encostasse a mão eu iria ao RH. Foram meses saindo de perto."
Susllem nasceu em Vitória (ES) e cursou desenho industrial na Universidade Federal do Espírito Santo. Trabalhou em campanhas publicitárias, cinema, teatro, moda e televisão. Mudou-se para o Rio há cinco anos para seguir a carreira de figurinista.
Ela afirma que, após o assédio, seguiu "no mecanismo subserviente". Dias depois, diz que sofreu outro constrangimento da parte de Mayer.
Depois desse episódio, ela diz que procurou diferentes departamentos da Globo. "Acessei todas as pessoas, todas as instâncias, contei sobre o assédio moral e sexual que há meses eu vinha sofrendo."
"A empresa reconheceu a gravidade do acontecimento e prometeu tomar as medidas necessárias", escreve. "Sinto no peito uma culpa imensa por não ter tomado medidas sérias e árduas antes, sinto um arrependimento violento por ter me calado, me odeio por todas às vezes em que, constrangida, lidei com o assédio com um sorriso amarelo."