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"Goiânia não pode ficar 4 meses com obras paradas. Isso é fora de questão", diz titular da Seinfra

Divulgação

Com orçamento de R$ 1,18 bilhão para este ano, o novo titular da Secretaria de Infraestrutura Urbana de Goiânia, Fausto Nieri Moraes Sarmento, diz que encontrará solução breve para os contratos de asfalto suspensos e seguirá o cronograma de obras iniciadas na gestão anterior, mas também propõe outros projetos para a gestão.

Substituto de Luiz Bittencourt, que saiu no processo de rompimento do MDB com o prefeito Rogério Cruz (Republicanos) e por conta da suspensão dos contratos de recuperação de vias públicas, o empresário e engenheiro civil diz que ainda não teve tempo de ler o plano de governo apresentado pelo prefeito eleito Maguito Vilela (MDB).

Ele afirma que terá uma definição na próxima semana sobre as obras de recuperação asfáltica. “O município não pode ficar quatro meses com essas obras paradas. Isso é fora de questão”, afirmou.

Quais foram as recomendações do prefeito e as prioridades da secretaria?

A recomendação do prefeito foi de dar agilidade às obras, cumprir religiosamente a legislação, e eu prometi a ele muito trabalho, transparência e atenção especial ao nosso cliente, que é o cidadão de Goiânia.

Sobre a suspensão dos contratos de pavimentação asfáltica, Goiânia pode ficar quatro meses sem as obras em um período de seca e o MDB também divulgou ontem que pode haver perda de recursos da Caixa Econômica. O que fará?

Eu tomei posse hoje, mas já estou criando uma comissão interna para fazer um levantamento sério e bem criterioso, de tudo que já foi realizado, para eu ter uma noção do que está efetivamente acontecendo nesses contratos. Quero uma fotografia do momento. A partir deste relatório, que deve ser feito em tempo bem curto, eu quero tomar uma decisão conjunta com o prefeito e sua assessoria.

O relatório ficará pronto em quanto tempo?

Estou correndo com ele, pedi muita pressa. Acredito que até o final da semana, de tal forma que na segunda-feira eu já possa tomar uma posição. O município não pode ficar quatro meses com essas obras paradas. Isso é fora de questão.

E o risco de perda de recursos, existe?

Eu vou ser sincero, eu comecei a estudar o contrato. Ainda não tenho esse nível de informação para afirmar que sim ou não. Eu ouvi essa fala de que a Caixa havia rejeitado a prorrogação do contrato, mas quero saber detalhes disso.


O sr. conhece os empresários responsáveis pelos contratos?

Não conheço. Me parece que são do Maranhão. Não sei quem é. Para falar a verdade, não sei nem o nome da empresa.


O sr. já sabe quais são as irregularidades apontadas contra os contratos de asfalto? Teve algum contato com os vereadores que defenderam a CEI na Câmara? Sabe efetivamente o que está em suspeição?

Eu sei o que li na imprensa. Primeiro estou tomando pé da situação para depois entender onde estariam essas irregularidades.

E quanto às demais obras em andamento na gestão anterior, como fica o planejamento da execução?

Fiz reunião hoje com o superintendente de Obras e ele me colocou a par de todas as obras. Temos o desafio do BRT, que é uma obra importantíssima, temos a Jamel Cecílio, a Leste-Oeste. Isso para falar das principais, porque temos obras para todo lado. Estamos tomando ciência das necessidades e intervenções que teremos de fazer. Vamos fazer uma gestão bem técnica. Vamos construir uma administração bem séria e transparente e, principalmente, efetiva.

O sr. conhece o plano de governo dessa gestão?

Eu comecei a olhar, mas realmente não tive tempo.

Além da continuidade das obras, o sr. pensa em algo novo, tem um projeto em mente?

Algumas preocupações que eu tenho, que trago há muito tempo, são a questão dos pontos de alagamento, acho que tempos de nos preparar para o próximo período, e ver com o pessoal de trânsito para executar algumas obras em pontos de gargalo, de contenção de tráfego que trazem problemas para a cidade.


Tem um exemplo?

Nós temos aí, por exemplo, a solução hoje de um estudo mais geral das travessias dos principais eixos de Goiânia em que temos grande concentração de veículos e congestionamento. É algo para fazer em conjunto com a Secretaria de Mobilidade.

Maguito Vilela defendeu muito na campanha o desvio da BR-153. Vai atuar nesse sentido?

Sei como técnico e morador de muitos anos na cidade. Há essa proposta de desvio e eu penso que isso seria muito bom para a cidade e iria nos apresentar um novo desafio, que seria incorporarmos a BR-153 efetivamente ao sistema viário da cidade. Em vários trechos, as condições topográficas, de implantação, são inadequadas para uma área urbana. Se a gente conseguir que se efetive esse desvio e acredito que seja a cargo do Dnit e talvez da concessionária, aí a primeira ideia seria fazer um estudo de adequação da BR-153 nesses trechos onde se tornaria uma avenida.


O sr. já conhecia o prefeito? Sua indicação foi por quem?

A gente havia tido um contato no passado (quando ele era vereador) e acabei sendo convidado neste final de semana. Apesar da dureza que é esta função, eu aceitei reconhecendo o desafio.


Mas o sr. já conhecia o prefeito? Têm amigos em comum?

Temos amigos em comum e, em função disso, já tínhamos conhecimento.


E quem são esses amigos?

Acho que não cabe citar. Amigos particulares.


São da igreja?

Não, eu não sou evangélico.


Sua indicação foi política?

Acho que não. Eu realmente não sou político. Eu sou um técnico. Trabalho com engenharia, administração de obras, projetos.


Já tinha atuado na gestão pública?

Eu atuei na própria secretaria na época que lá se chamava Dermu/Compav, na gestão de Nion Albernaz. Fui gerente de Planejamento.


Tem filiação partidária?

Não.


Mora há quanto tempo em Goiânia?

Sou paulista, mas moro em Goiânia desde 1973. Eu me formei e vim para Goiânia, me apaixonei pela cidade e pelas goianas e acabei ficando. Aqui fiz minha vida, trabalhei como engenheiro, tive uma empresa de consultoria durante muitos anos e sempre trabalhei com projetos de infraestrutura urbana, rodovias, ferrovias. Tive contratos de obras públicas. Fui professor da Universidade Federal por uns dez anos.


Sua empresa fechou. No momento, o sr. estava fazendo o quê?

Sou aposentado e trabalho, né, porque aposentado no Brasil tem de trabalhar. Ninguém se sustenta com aposentadoria. Eu estava atualmente trabalhando em uma obra em Minas Gerais.

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