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Goiás tem 100 mil idosos com dose de reforço em atraso

Prefeitura de Goiânia

A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) acredita que há cerca de 100 mil pessoas com mais de 60 anos que ainda tomaram a dose de reforço contra a Covid-19 em Goiás.

Em Goiás, a aplicação do reforço em pessoas com mais de 70 anos começou em setembro. Em outubro, ela foi expandida para as pessoas com mais de 60 anos. De acordo com o Painel da Covid-19, da SES-GO, das 361,8 mil pessoas com mais de 65 anos que já tomaram a segunda dose ou a dose única contra a Covid-19, 275,9 mil (76%) receberam o reforço.

A superintendente de Vigilância em Saúde da SES-GO, Flúvia Amorim, esclarece que a adesão dos idosos ao reforço tem sido abaixo do esperado. “É um número grande de pessoas que são do grupo de risco e precisam se conscientizar. O reforço é fundamental para mantê-las seguras”, pontua.

A maioria dos internados pela Covid-19 em Goiás é de pessoas com mais de 60 anos. Em outubro, de acordo com dados da SES-GO, eles representavam quase 64% das pessoas hospitalizadas pela doença. Em novembro, segundo dados parciais, 60%. A SES-GO acredita que o avanço na aplicação da dose de reforço fará a taxa, que voltou a crescer na metade deste ano devido a queda na proteção dos idosos, diminuir.

O titular da pasta, Ismael Alexandrino, explica que naturalmente os idosos devem sempre representar a maioria das pessoas hospitalizadas pela doença. “Isso vai se manter principalmente quando toda a população estiver no mesmo ‘patamar’ de vacinação. Eles são o grupo mais frágil. Porém, quanto mais idosos tiverem completado o esquema vacinal, este número deve cair um pouco”, explica.

No Rio de Janeiro, um levantamento realizado pelo estatístico Rafael Izbicki, a pedido do jornal O Globo, com dados da capital carioca sobre internações, mostrou os efeitos da aplicação do reforço; No início de novembro, a idade média dos internados caiu de 69 anos para 59 anos.

Mais velhos

Os dados parciais do mês de novembro apontam uma queda na quantidade de pessoas com 80 anos ou mais que ficaram hospitalizadas em Goiás por conta da Covid-19. A taxa teve uma alta em setembro: saiu de 11,48% em agosto para 17,88% no mês seguinte.

A justificativa é a perda de proteção contra a doença naqueles idosos que já haviam completado pelo menos cinco meses da aplicação da segunda dose do imunizante contra a Covid-19. O número se manteve estável em outubro e a expectativa do poder público é que, quando os dados de novembro estiverem consolidados, ele apresente uma queda, que se mantenha ao longo do mês de dezembro.

Segunda dose

Atualmente, em Goiás, a dose de reforço está disponível para todas as pessoas com mais de 18 anos, que se vacinaram com a CoronaVac ou os imunizantes da Pfizer e da AstraZeneca, e completaram o esquema vacinal há pelo menos cinco meses. Entretanto, cerca de um milhão de goianos e goianas estão com a aplicação da segunda dose em atraso.

Isso faz com que a cobertura vacinal do estado tenha dificuldade em ultrapassar os 60%. Atualmente, de acordo com o Painel da Covid-19, 74,38% da população receberam a primeira dose da vacina e 58,75% a segunda dose ou a dose única. “Precisamos alcançar, pelo menos, 70%”, frisa Alexandrino.

Flúvia destaca que uma cobertura vacinal na casa dos 50% não traz segurança. “Basta olhar o que está acontecendo em alguns países da Europa. A vacinação é a estratégia mais eficaz no combate à doença”, esclarece. Alguns países da União Europeia (UE) como, por exemplo, a Alemanha, vêm registrando recorde de casos nos últimos dias.

Ômicron

Flúvia destaca que a possibilidade de circulação da variante ômicron aumenta ainda mais a necessidade de a população se vacinar contra a Covid-19. “É uma possibilidade grande de reinfecção e transmissibilidade. Ainda não sabemos muito quanto à gravidade, mas acredita-se que as vacinas disponíveis devem ser eficazes contra ela”, explica.

Nesta quinta-feira (2), foram confirmados dois casos de infecção pela nova variante no Distrito Federal. São dois homens, um com sintomas leves da doença e outro assintomático, que estiveram recentemente na África do Sul.

O titular da SES-GO aponta que apesar do temor relacionado à ômicron, existe uma chance de que a variante tenham tanto impacto em Goiás, como foi o caso da variante delta. “Apesar de as mutações serem importantes, esperávamos um impacto maior. Mesmo assim, ficamos receosos com o desconhecido. Não é hora de abandonar os cuidados.”

 

Internações têm queda de 50%

As internações pela Covid-19 em Goiás caíram pela metade entre os meses de setembro e outubro. O número saiu de 2.076 para 1.018. Nenhuma faixa etária apresentou aumento do número de internados de um mês para o outro. Os dados são da Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO).

A queda na quantidade de pessoas internadas pela doença no estado tem sido sustentada desde setembro. De lá para cá, o número já ficou quatro vezes menor. A redução ocorreu depois de um longo platô da doença: de fevereiro a agosto deste ano, o estado variou entre 4 mil e 9 mil pessoas internadas por mês.

A quantidade de pessoas internadas em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) também reduziu drasticamente. Eram 976 em setembro e 470 em outubro. Os dados preliminares de novembro apontam uma nova queda. A expectativa da SES-GO é que ela se confirme e o número continue caindo em dezembro. “Isso também faz parte do ciclo da doença. Quando uma determinada quantidade de pessoas se infecta e se recupera, isso ocorre”, esclarece Ismael Alexandrino, titular da SES-GO.

Entretanto, Alexandrino aponta que a vacinação é a principal explicação para a queda na quantidade de pessoas hospitalizadas pela Covid-19. “Quanto maior a cobertura vacinal, mais teremos uma situação controlada”, pontua

A superintendente de Vigilância em Saúde da SES-GO, Flúvia Amorim, alerta a população para que tome cuidado durante as festas de fim de ano. A intenção é que o número não volte a subir. “Pedimos que prezem pela segurança. Não queremos ter um começo de 2022 igual ao que tivemos em 2021”, finaliza a superintendente se referindo ao pico da segunda onda da doença em Goiás, em março deste ano.

 

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