Geral

Goiás tem 492 mil famílias beneficiadas no Bolsa Família

Wildes Barbosa
Regina Maria é uma das 17.508 beneficiárias do Bolsa Família em Aparecida de Goiânia

Goiás tem 492.765 famílias em todos os 246 municípios contempladas pelo Bolsa Família, programa de transferência de renda do governo federal, recebendo um valor médio mensal de R$ 684,34. O estado registra o maior porcentual de lares que têm uma mulher como responsável familiar. Ao todo, são 434.718 famílias chefiadas por uma mulher, ou 88,2% dos cadastros. Dentre elas, está a de Regina Maria de Jesus, de 44 anos, que conta com o benefício há pelo menos dez anos.

Moradora do Setor Independência Mansões, em Aparecida de Goiânia, Regina faz parte de uma das 17.508 famílias beneficiárias do município. Em quarto lugar, a cidade da Região Metropolitana de Goiânia só perde, em números totais de benefícios concedidos, para a capital (70.527), Águas Lindas de Goiás (27.579) e Luziânia (24.671), ambas no Entorno do Distrito Federal.

Ela, que mora com cinco filhos, de 25, 20, 15, 12 e 2 anos, está hoje afastada do seu trabalho como merendeira por problemas de saúde, e segue sem receber o Auxílio-doença do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que ainda não teve o pagamento liberado mesmo após seis meses de afastamento. Por isso, no momento, a família está sem qualquer fonte de renda, já que o filho mais velho também está sem trabalhar por motivos de saúde. “A gente passa um aperto em casa”, conta.

Para Regina, o novo valor do Bolsa Família, que será de no mínimo R$ 600, acrescidos de R$ 150 para cada criança com idade entre 0 e 6 anos, vai ser uma grande ajuda nas contas de casa. “Tomara que continue assim”, diz, se referindo às mudanças no programa que tiveram início em março. Já a partir de junho, a família começa a receber mais R$ 50 por cada criança e adolescente com idade entre 7 e 18 anos incompletos; gestantes também serão contempladas.

Além do programa federal, a mulher conta com a ajuda por meio de doações de cesta básica, verdura e gás, entregues pela Central Única das Favelas (Cufa), e faz parte do Aluguel Social, do Governo de Goiás, que custeia mensalmente um valor de R$ 350 para auxiliar no pagamento do aluguel de pessoas em situação de vulnerabilidade.

Vice-presidente da Cufa em Goiás, Wanderson Carlos Pereira aponta os programas sociais como extremamente relevantes às pessoas em situação de vulnerabilidade, especialmente àquelas que, por algum motivo, não conseguem ter outra forma de renda. Ele cita que, dentre as famílias atendidas pela instituição do terceiro setor, a grande maioria recebe o Bolsa Família ou outro benefício.

“(Esses programas trazem) a possibilidade da pessoa ter uma renda, mesmo que mínima. Esse aumento mesmo que seja pequeno é muito importante. Tem gente que fala que R$ 50 é pouco, mas esse valor faz diferença pra quem de fato precisa”, aponta.

Pereira diz ainda que as famílias comentam que, com esse valor a mais, “vai dar pra comprar mais um arroz, mais um feijão, mais uma mistura”. “Eles sabem que é um auxílio e não uma renda final. Para muitos é a única renda, mas eles sabem que é um benefício e que vai contribuir com outras situações que eles buscarem para melhorar a renda deles”, finaliza.

Doações para Regina Maria podem ser feitas diretamente pelo PIX: (62) 99932-8226.

Nacional

No País, Goiás é a 16ª unidade federativa com maior número de beneficiários. Para o mês de março, o repasse para o estado soma R$ 336.698.454. Em todo o Brasil, Bahia (2,56 milhões), São Paulo (2,55 milhões) e Rio de Janeiro (1,8 milhão) são os três estados com maior quantidade de famílias contempladas pelo Bolsa Família.

Nordeste é a região com maior número de beneficiários, com 9,73 milhões de famílias, seguida por Sudeste (6,31 milhões), Norte (2,59 milhões), Sul (1,41 milhão) e, por último, a região Centro-Oeste (1,13 milhão). Já no valor médio do benefício, o Centro-Oeste é a região com o valor mais alto do País: R$ 688,73.

O cronograma para repasse do Bolsa Família teve início nesta segunda-feira (20) e se estende até dia 31 de março. O pagamento é escalonado e segue a ordem do Número de Inscrição Social (NIS), ou seja, primeiro recebem aqueles com NIS de final 1 e, a cada dia, com exceção do final de semana, o benefício segue em ordem crescente de numeração.

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