Goiás tem a terceira pior avaliação do país nos serviços de Atenção Primária do Sistema Único de Saúde (SUS), segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2022, Goiás registrou o escore de 5,2, o terceiro menor do país, em uma escala que vai de 0 a 10.
A pesquisa avaliou o atendentimento prestado às crianças menores de 13 anos de idade e que receberam pelo menos um atendimento em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) ou em uma Unidade de Saúde Familiar (USF).
Segundo o IBGE, nenhum dos estados brasileiros atingiu ou superou o escore de 6,6, considerado o padrão mínimo de qualidade para avaliação do grau de extensão e desenvolvimento dos serviços de Atenção Primária à Saúde no SUS.
O estado que registrou o maior índice foi o Mato Grosso, com 6,4, seguido pelo Distrito Federal e Santa Catarina, ambos com 6,1. Já entre os estados com menor escore estão Goiás, com 5,2, Amazonas, com 4,9 e Rondônia, com 4,8.
Aspectos
O IBGE detalhou os principais aspectos avaliados neste módulo da pesquisa e que resultaram na obtenção do escore de 5,2 por Goiás. Entre eles estão a longitudinalidade - que pode ser entendida como uma fonte continuada de atenção, como uma consulta com o mesmo médico do primeiro atendimento, por exemplo, e o acesso de primeiro contato do indivíduo com o Sistema de Saúde.
"Neste caso, é avaliada a acessibilidade e utilização do serviço de saúde como fonte de cuidado a cada novo problema ou novo episódio de um mesmo problema de saúde, com exceção de emergências e urgências médicas", explica o superintendente do IBGE em Goiás, Edson Roberto Vieira.
Também são levados em consideração critérios como a integralidade, que trata do leque de serviços disponíveis ofertados pelo Serviço de Atenção Primária e a Coordenação de Saúde, que pressupõe alguma forma de continuidade, "seja pelo atendimento pelo mesmo profissional, acesso a prontuários médicos ou ambos".
O módulo de Atenção Primária à Saúde foi inserido na PNAD Contínua em parceria com o Ministério da Saúde. A pesquisa foi realizada em 350 municípios do Brasil, em áreas urbanas e rurais do país.