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Goiânia tem a gasolina mais cara entre todas as capitais pesquisadas

Wildes Barbosa / O Popular

Após o último reajuste de preços ocorrido no último dia 11 deste mês, Goiânia voltou ostentar o título de gasolina mais cara entre todas as capitais pesquisadas pela Agência Nacional de Petróleo (ANP). O preço médio do combustível nos 53 postos visitados pela Agência na semana passada foi de R$ 7,31. A segunda posição ficou com os revendedores de Natal (RN), onde o litro da gasolina custava R$ 7,14.

O preço máximo encontrado pela ANP nos postos de Goiânia foi de R$ 7,479, o que fez com que a capital só perdesse para São Paulo, onde o valor máximo praticado era de R$ 7,599, o que indica que a variação por lá é maior. De acordo com o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado (Sindiposto), a explicação para o fato de Goiânia ter a gasolina mais cara do Brasil começa no preço de venda da Petrobras para a base de Senador Canedo, por onde chega o combustível vendido em Goiás.

“O produto chega para o Estado em Senador Canedo já com o maior preço do País”, afirma o presidente do Sindiposto, Márcio Andrade. Ele lembra que a tabela de preços da estatal mostra que cada litro de gasolina A chega na base por R$ 3,398, o maior valor entre todas as bases brasileiras. Segundo o presidente do Sindiposto, a Petrobras ainda não deu justificativa para o fato do ponto de entrega goiano ser o mais caro.

“Nós apenas supomos que isso ocorra pelo fato do Estado de Goiás estar mais afastado do litoral e dos portos e ter menos opções de fornecedores do combustível. Sem concorrência, o preço é sempre maior”, arrisca. Mas, por outro lado, a gasolina vinda de Paulínia (SP) chega a Senador Canedo por oleodutos, que é o meio de transporte mais barato que existe. “Olhando por este ponto, não há justificativa para o combustível chegar mais caro aqui”, adverte Márcio.

Segundo ele, atualmente, os postos compram o litro da gasolina nas distribuidoras por preços que vão de R$ 6,20 e R$ 6,47, já com impostos. “Em relação ao preço do etanol, sempre figuramos entre os mais baixos do País, de acordo com a pesquisa da ANP.”

ICMS
Com o repasse às bombas dos reajustes do último dia 11, o preço médio da gasolina subiu 0,8% na semana passada. O litro do diesel teve alta de 2,9%, segundo dados da ANP. É a segunda alta seguida da gasolina após oito semanas consecutivas de queda, cenário que preocupa o governo pelo risco de contaminação do debate eleitoral. Os preços devem ser ainda pressionados pelo fim do congelamento do ICMS sobre os combustíveis, debatido pelos estados.

Segundo a ANP, o litro da gasolina foi vendido na semana passada a R$ 6,664, em média. Já o óleo diesel chegou à média de R$ 5,582 por litro no País. Os combustíveis registram patamar elevado em meio à recuperação dos preços do petróleo no mercado internacional. Na semana passada, a commodity chegou a atingir o maior nível desde 2014.

O comportamento do petróleo provoca impactos no Brasil porque é levado em consideração pela Petrobras na hora de definir os preços dos derivados nas refinarias. Outro fator com forte influência sobre os preços é o câmbio depreciado.

No dia 11, a Petrobras anunciou aumentos de 4,85% no preço da gasolina e de 8% no preço do diesel. Desde a semana anterior aos reajustes, o preço da gasolina tem alta acumulada nas bombas de 1%. Já o diesel subiu 4,45% no período.

Pressionado, o governo federal anunciou uma PEC (proposta de emenda à Constituição) para a redução temporária de tributos sobre combustíveis e energia elétrica, em tentativa de aliviar o bolso dos consumidores em ano eleitoral (leia mais na página 6). Caso as alíquotas de PIS/Cofins sobre gasolina, diesel e etanol sejam zeradas, o impacto na arrecadação ficará na faixa de R$ 50 bilhões ao ano, segundo fontes do governo. (Com Folhapress)

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