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Goiana presa por engano na Espanha continua com celular apreendido

Arquivo pessoal / Reprodução
Maísa da Rocha, de 23 anos, natural de Itapuranga que mora há seis anos na Espanha

Apesar de ter sido solta após ser presa por engano, suspeita de sequestrar uma criança na Espanha, a goiana Maísa da Rocha, de 23 anos, continua com o celular apreendido pela polícia. 

Natural de Itapuranga, ela trabalhava como garçonete em Oviedo e, segundo ela, foi detida por ter características físicas parecidas com a da suspeita, apontada como branca e ruiva pela avó da criança. Além de morar perto do local onde a criança sumiu.

A jovem contou que foi presa no dia 7 de outubro e permaneceu detida por quatro dias e foi liberta somente depois que outra mulher se apresentou à polícia para esclarecer a história. Após a prisão, Maísa perdeu o emprego. 

Dez dias depois da soltura, a polícia de Oviedo publicou um comunicado de imprensa, reconhecendo oficialmente que tudo se tratava de “um mal-entendido", conforme informações do jornal El Diario. 

A Justiça determinou o arquivamento provisório do processo, mas o celular continua apreendido para as investigações, após quase 2 meses da prisão da jovem.

O jornal tentou contato por e-mail com a Polícia de Oviedo, com a Polícia Federal na Espanha e também com o Itamaraty, mas não obteve retorno até a última atualização dessa reportagem. 

Entenda o caso 

A confusão começou após a avó de uma criança de 5 anos denunciar na delegacia sobre uma suposta tentativa de sequestro cometida por uma mulher ruiva contra seu neto.  

"No sábado, a polícia me parou na rua e pediu meus documentos. Já no domingo, eles vieram na minha casa, perguntaram se eu havia tentado levar uma criança do parque próximo a minha casa e disse que eu teria que ir com eles”, informou Maísa, em entrevista à TV Anhanguera. 

A jovem negou o crime e tentou provar que era inocente porque não havia ido à praça naquele dia, mas a polícia não acreditou.

"Perguntei como iam me mandar para a cadeia só por causa de uma foto, mas não adiantou. Me prenderam sem provas, por causa da cor do meu cabelo [...] Mostrei vídeos que tinha feito no Tik Tok com minha irmã naquele horário, mas nada do que falava era o bastante. Eu fiquei quase 72 horas sem comer e beber nada", contou. 

"Estou traumatizada, dá até vontade de ir logo embora. A gente vem para cá em busca de melhorias e acontece isso”, disse a jovem em entrevista à TV Anhanguera. 

Acusada pela aparência

De acordo com a Maisa, a avó e a mãe da criança confirmaram à polícia da cidade que ela teria tentado sequestrar o menino de 5 anos enquanto ele brincava em um parque.  

"A avó da criança foi quem denunciou falando que era eu. Depois, a mãe da criança, que nem estava lá, também viu a foto e confirmou. E para completar uma mulher, que estava em um estabelecimento aqui perto, ligou para a mãe da criança e disse que era eu”, explicou.  

Ao Daqui, Maísa contou que aborda pelos policiais um dia antes de ser presa enquanto saía do trabalho. No dia seguinte, a polícia foi até a casa da jovem e a levou presa. 

Desfecho 

A jovem só saiu da cadeia quatro dias depois, após a mulher, que participou da história, procurar a polícia para contar que tudo não passou de um mal-entendido. Ela explicou à polícia que apenas tentou brincar com uma criança porque ela parecia sozinha, e que foi embora com a chegada da avó.

"A menina viu que eu havia sido presa e contou para a mãe dela. Aí elas contaram para à polícia que a menina havia discutido com a avó do menino, mas que não queria levar a criança, só estava chamando ele para brincar. Se essa menina não conta, eu estaria lá até agora [...] Vou pedir reparação por danos morais e psicológico porque isso é uma coisa que vai ficar marcado em minha vida”, afirmou a jovem. 

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