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Governo de Goiás publica decreto de emergência zoossanitária para Influenza Aviária

Diomício Gomes
Aviário da Escola de Veterinária da Universidade Federal de Goiás (UFG): produtores estão bem preparados para diminuir os possíveis impactos e riscos com a gripe aviária

Goiás estabeleceu nesta quarta-feira (2) situação de emergência zoossanitária para prevenção da Gripe Aviária em Goiás. O decreto com medidas preventivas foi publicado no Diário Oficial do Estado (DOE) pouco mais de dois meses após o governo federal declarar estado de emergência em território nacional e 12 dias após o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) recomendar que cada governador tomasse as mesmas medidas. Goiás ainda não registrou caso de Influenza Aviária, seja em aves silvestres, de quintal ou em granjas comerciais.

O decreto estadual vale por 180 dias, a partir da publicação, e permite que o estado tenha acesso a recursos disponibilizados pelo governo federal para a causa. A União abriu crédito extraordinário de R$ 200 milhões no Orçamento de 2023 para o combate à gripe aviária. O dinheiro deve ser aplicado em medidas de conscientização, prevenção, monitoramento e combate à doença.

O presidente da Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), José Ricardo Caixeta Ramos, explica a importância de decretar a situação.

“Por exemplo, se a gente precisar adquirir um insumo que seja de uso imediato, temos a prerrogativa de situação de emergência. Quando estamos nessa situação, com risco de impacto econômico e social para o Estado por causa de uma doença, há maior priorização. O decreto possibilita agilizar essas medidas”.

Como destacou o secretário, estados litorâneos já registraram casos da doença em aves silvestres e de subsistência. “Por isso temos fortalecido nossas ações de prevenção, mas existe a possibilidade de ocorrência de foco”.

O primeiro foco de gripe aviária no Brasil foi descoberto em maio de 2023, numa ave silvestre, no litoral brasileiro. Segundo o Mapa, há 74 casos confirmados no Brasil e 12 investigados.

Doença

A Gripe ou Influenza Aviária é causada por vírus transmitidos para aves pelo ar, água, alimentos e outros objetos contaminados, assim como pelo contato com outros animais doentes. Não há risco de transmissão pela carne, ovos e outros subprodutos, de acordo com a Agrodefesa esses alimentos passam por tratamento térmico que inativa qualquer tipo de vírus.

As aves infectadas podem apresentar sintomas como dificuldade para respirar, inchaço ou corrimento nos olhos, posição anormal da cabeça, movimentos involuntários, convulsões e tremores. Os bichos também podem ficar apáticos e ter dificuldade para se manter em pé ou andar.

O vírus é transmitido para humanos pelas vias áereas, nariz e boca, por meio da respiração ou toque em locais e animais contaminados, não pela alimentação.Os casos da doença são raros e monitorados pelas secretarias de saúde dos estados e municípios.

Medidas adotadas

Algumas medidas de prevenção já foram adotadas antes do decreto estadual para seguir determinações nacionais, como a proibição de criar aves ao ar livre sem as contenções por telas com dimensões adequadas.

A Agrodefesa goiana também determinou o bloqueio de alojamentos com pendências de registro. Foi determinado igualmente que esterco e cama de aviário passem por tratamento prévio.

A Agrodefesa informou que o não cumprimento das medidas em vigor e recomendadas pelo Serviço Veterinário Oficial gera penalidades.

O órgão ressalta também que casos suspeitos de Gripe Aviária devem ser comunicados por meio dos contatos: 0800 646-1122 ou (62) 98164-1128 - o último apenas para mensagens via Whatsapp.

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