Manter níveis adequados de folato, cuja forma sintética é o ácido fólico, durante a gravidez pode diminuir o risco de obesidade infantil no bebê, especialmente nos filhos de mães obesas, revelou um estudo da Universidade John Hopkins divulgado nesta segunda-feira.
"Nossos resultados sugerem que o nível adequado de folato materno pode reduzir o efeito da obesidade da mãe na saúde de seu filho", declarou Xiaobin Wang, principal pesquisadora do estudo, que foi financiado pelos Institutos Nacionais da Saúde (NIH, sigla em inglês) dos Estados Unidos.
A pesquisa descobriu que o baixo nível de folato estava relacionado ao maior risco de obesidade infantil, mais especificamente as mães obesas do estudo costumavam ter níveis mais baixos de folato do que as mães de peso normal. No entanto, os filhos das mães obesas com um nível adequado de folato tinham até 43% menos risco de obesidade em comparação aos filhos das mães obesas com níveis mais baixos de folato.
De acordo com os autores, estabelecer a concentração "ideal" em vez da "mínima" de folato pode ser benéfico para as mulheres que planejam uma gravidez, especialmente para as mulheres obesas. Até agora, o benefício do consumo de ácido fólico na gestação tinha sido vinculado à prevenção de deficiências cerebrais e na medula espinhal durante o desenvolvimento do feto.
Os pesquisadores analisaram informações de mais de 1.500 mães e 1.500 crianças, com idades entre 2 e 9 anos, de uma população predominantemente de baixa renda e com uma grande quantidade de casos de obesidades materna e infantil.
Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA recomendam que às mulheres em idade fértil devem tomar 0,4 miligramas de ácido fólico todos os dias para diminuir as chances de que seus filhos nasçam com deficiências.
A Administração de Alimentos e Remédios (FDA) aprovou em abril a fortificação da farinha de milho com ácido fólico, uma medida que pode ajudar a reduzir o risco de deficiência congênita entre os latinos, já que esse é um dos alimentos básicos de sua dieta.
A medida permitiria aos fabricantes acrescentar voluntariamente até 0,7 miligramas de ácido fólico a cada 454 gramas de farinha de milho, similar aos níveis de outros cereais enriquecidos.