Com apenas uma unidade dedicada diretamente ao atendimento de parturientes, a Prefeitura de Aparecida de Goiânia estuda a compra de uma unidade de saúde privada para abrigar uma maternidade pública.
Uma empresa foi contratada para fazer uma avaliação do Hospital Garavelo, situado no Setor Garavelo Residencial Park. O resultado deve sair em cerca de 30 dias, conforme a avaliação da gestão municipal.
A capacidade financeira de efetuar a aquisição vai depender da avaliação de quanto vale toda a estrutura de saúde.
“Dependendo do preço, nós vamos sentar com o Secretário da Fazenda e o prefeito para definir se temos recurso ou se vamos buscar recursos federais ou uma parceria estado, município e governo federal”, afirma o secretário municipal de Saúde Alessandro Magalhães.
Caso não seja possível a aquisição, o arrendamento do local seria a segunda opção. A reportagem contatou o Departamento Jurídico do hospital para confirmar a informação, mas não houve resposta até o fechamento desta matéria.
O anúncio foi feito nesta quarta-feira (17), durante o CBN Talk. O evento foi realizado no salão de eventos do Grupo Jaime Câmara (GJC) e transmitido pela rádio CBN Goiânia - 97,1 FM.
O evento tratou do aniversário de 101 anos de Aparecida de Goiânia e abordou temas como empreendedorismo e desenvolvimento econômico; infraestrutura, saneamento e transporte; saúde pública; educação e cultura, entre outros.
O diretor-técnico do Hospital Garavelo, Fernando Araújo, afirmou ao Daqui que há interesse da unidade em levar adiante as tratativas. “Penso que para a população seria interessante a oferta de um equipamento tanto a parte predial e também serviços.”
A unidade estava fechada até 2019. Ela foi aberta enquanto hospital de campanha durante a pandemia da Covid-19 e atende majoritariamente convênios e o SUS. A estrutura dispõe de 130 leitos, sendo 40 de UTI. Todo o prédio ocupa aproximadamente 4,7 mil m² em um terreno de 8,5 mil m².
Aparecida de Goiânia tem a Maternidade Marlene Teixeira, localizada no Setor Vila Brasília. A unidade oferece serviços de urgência obstetrícia para gestantes de baixo risco. Pacientes com quadros mais graves são encaminhadas para outros locais da rede do SUS.
Conforme a prefeitura, na Marlene Teixeira são feitas cirurgias e partos. Também há a realização de exames como ultrassonografias, CTG, além de outros procedimentos. No local há 23 leitos, além de berçário, sala de pré-parto e centro cirúrgico.
Na maternidade não há leitos de UTI neonatal. A necessidade é suprida pelo Hospital Garavelo, onde há 20 vagas desta modalidade de atendimento.
A disponibilidade de UTI neonatal é um problema que abrange boa parte da saúde no País. A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), por exemplo, possui 44 vagas deste tipo. Na tarde desta terça-feira (16) e no início desta quarta, havia apenas uma disponível.
Com uma população superior a 601 mil habitantes, conforme estimativa do IBGE, Aparecida de Goiânia possui pelo SUS 72 leitos obstétricos e 52 pediátricos, conforme dados do Localiza SUS, plataforma do Ministério da Saúde (MS).
De 2012 a 2021, o número de nascimentos em Aparecida de Goiânia foi de 36.807, conforme levantamento da reportagem no DataSUS.