Uma pesquisa da Universidade de Dartmouth, nos Estados Unidos, revelou que pessoas que vão ao trabalho de bicicleta ou a pé têm um dia mais produtivo do que aquelas que usam o carro e chegam estressadas com o trânsito. Em Goiânia, a sexta capital brasileira com maior número de veículos automotores (1.359.933), segundo dados da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran), tem gente que já sente desses benefícios na prática, mesmo sem conhecer a pesquisa americana.
Neste domingo, 22 de setembro, foi celebrado o Dia Mundial Sem Carro, e destacamos exemplos na capital de pessoas que optaram por essa alternativa de transporte, que além de mais econômica e menos estressante, ainda contribui com o meio ambiente.
Morando a 10 quilômetros de seu trabalho, a assistente de arquivo Daniela Pacheco de França Santos Vieira decidiu, há quase quatro anos, fazer da bike seu principal meio de locomoção. “Além da economia de dinheiro, esse hábito também me traz economia de tempo. Também já observei uma enorme melhora no meu condicionamento físico, na minha saúde como todo, e até mesmo na aparência física”, aponta ela.
Foi o contexto da pandemia que acabou gerando esta mudança de hábito em sua rotina. Daniela, que trabalha na Localiza Urbanismo há 17 anos, destaca o receio de andar de ônibus devido às contaminações da época. “Vi na bike uma possibilidade de ir trabalhar e ter um pouco mais de segurança em relação ao vírus, pois não queria colocar minha família que estava em casa em risco”, detalha.
Antes de passar a andar de bicicleta, Daniela relata que levava cerca de uma hora para ir e 30 minutos para voltar do trabalho. Hoje, em sua “magrela”, esse tempo diminuiu para 15 minutos de ida e 15 minutos de volta. “Para esse trajeto, eu utilizo dois percursos: um mais movimentado utilizando vias normais ou pela ciclovia próxima ao parque, que é um pouco mais deserto”, informa.
A empresa onde ela trabalha, a Localiza Urbanismo, que está há 37 anos desenvolvendo loteamentos em Goiânia, também dá sua contribuição para favorecer este tipo de deslocamento. “Posso guardar a bicicleta no estacionamento da empresa, junto com as motos dos funcionários”, destaca. A empresa também dispõe de uma ducha nos banheiros dos funcionários para quem quiser tomar banho.
Mas nem tudo são flores. De acordo com a analista de arquivo, a insegurança fica por conta do trânsito. “Infelizmente, ciclista não é muito respeitado”, diz ela, que complementa dizendo: “além do risco de acidentes, também sinto muita insegurança em relação a assaltos pelo fato de andar sozinha e muito cedo”.
Sobre a data
O primeiro país a comemorar o Dia Mundial sem Carro foi a França, em 1997. A partir daí, outros países passaram a celebrar a data, que tem como objetivo conscientizar as pessoas sobre o uso responsável dos carros. Nos anos 2000, várias nações europeias já haviam difundido essa prática, inclusive com a Jornada Internacional “Na Cidade, sem meu Carro”, criada pela União Europeia.