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João de Deus é condenado em quase 100 anos por estupro e deve indenizar as vítimas em até R$ 100 mil

Wildes Barbosa / O Popular
João Teixeira de Faria, conhecido como João de Deus.

João Teixeira de Faria, mais conhecido como João de Deus, foi condenado em mais três processos nesta segunda-feira (10). De acordo com o Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO), ele deverá cumprir pena 99 anos, 8 meses e 15 dias de reclusão em regime inicial fechado. A decisão é do juiz Marcos Boechat Lopes Filho, da comarca de Abadiânia, Entorno do Distrito Federal. Cabe recurso da decisão.

O suposto médium foi condenado pelos crimes de estupro de vulnerável e violação sexual mediante fraude contra oito mulheres. Além disso, ele deverá pagar até R$ 100 mil de indenização às vítimas pelos crimes, praticados entre os anos de 2010 e 2018. O homem, no entanto, segue em prisão domiciliar.

"Em um dos processos, o juiz reconheceu a extinção da punibilidade de João Teixeira de Faria em relação a crimes praticados em desfavor de duas vítimas entre os anos de 2009 e 2011", explicou o TJGO. 

Agora, restam quatro processos de João Teixeira para serem sentenciados pelo juízo de Abadiânia, todos já em fase de alegações finais, segundo o TJGO. Atualmente, João Teixeira de Faria está condenado ao total de 370 anos, 9 meses e 15 dias de reclusão, além de um ano de detenção. As sentenças aguardam julgamento de recursos e ainda não transitaram em julgado.

A defesa do condenado informou que ainda não foi intimada sobre as sentenças e que caso as novas sentenças adotem metodologias anteriores, deverá recorrer.

Demora no processo
A ativista Andrea Mannelli recorreu ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) contra o juiz Marcos Boechat Lopes Filho devido ao adiamento em três meses de uma decisão sobre ela no caso do ex-médium. Andrea é uma das cerca de 500 mulheres que denunciaram João de Deus por crimes sexuais e, em uma rede social, desabafou e disse que não vai desistir de buscar por Justiça.

"Não irei me acomodar ou desistir jamais por buscar Justiça. Minha decisão de acionar o Conselho Nacional de Justiça por essa inércia absurda nasce de um inconformismo de testemunhar essa demora na condução de um processo de um dos casos mais emblemáticos de violência contra mulher no Brasil. Violenta não somente as vítimas mas uma sociedade inteira que é afetada por esse tipo de crime", escreveu Andrea. 

Relembre o caso
As denúncias contra João Teixeira de Faria vieram à tona no dia 7 de dezembro de 2018, quando mulheres deram entrevistas ao programa Conversa com Bial, da TV Globo. Elas denunciaram que foram abusadas sexualmente pelo idoso durante atendimentos espirituais na casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia.

João de Deus está preso em regime domiciliar em Anápolis. Após a repercussão, o Ministério Público de Goiás (MP-GO) criou uma força-tarefa para investigar as denúncias contra o suposto médium. O órgão chegou a receber mais de 300 denúncias contra o acusado de crimes sexuais. 

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