Uma viagem a Barcelona que já iria ficar marcada para sempre, agora, indiscutivelmente, não sairá da memória do casal Victor Hugo Araújo e Fayda Chiarella. Os dois jornalistas, que trabalham na TV Anhanguera, em Goiânia, estão de férias e foram passar alguns dias na Europa. Eles chegaram nesta quinta-feira (17) à cidade espanhola e a primeira visita turística seria justamente à Praça da Catalunha, local onde acabou acontecendo o atentado em que 13 pessoas morreram e 100 ficaram feridas.
"No metrô decidimos mudar de ideia e paramos duas estações antes da Praça da Catalunha para ir ao Arco do Triunfo. Depois fomos almoçar. Foi quando tudo aconteceu e desde então o clima de tensão não passa. As pessoas estão preocupadíssimas, tensas e tristes com tudo o que aconteceu", conta Victor Hugo.
O atropelamento aconteceu perto da fonte de Canaletas, onde os torcedores do Barcelona costumam se reunir para comemorar os títulos da equipe. Perto também fica o histórico mercado de Boquería. O Governo regional da Catalunha recomendou à população que evite sair para vias públicas na região da Praça da Catalunha, onde começa a Las Ramblas, por causa deste "grave incidente".
"Nós voltamos para o hotel que é em um bairro mais afastado do Centro. Mas, mesmo aqui, a gente consegue ouvir sirenes o tempo todo, helicópteros, polícia passando. O clima é realmente de muita tensão. A polícia local está o tempo inteiro ao vivo (na televisão) dando as informações", explica Fayda.
O repórter da TV Anhanguera afirmou que o atentado em Barcelona está sendo considerado pelas autoridades e imprensa locais como o maior já ocorrido na Espanha e resumiu como está a situação neste momento na Catalunha: 'a pior possível'.
Investigação
A Polícia da Catalunha, na Espanha, disse que 13 pessoas morreram e 100 ficaram feridas no atentado terrorista em Barcelona na tarde desta quinta-feira. Dois homens foram presos, mas nenhum deles é o motorista da van que causou o ataque. O ato foi reivindicado mais cedo pelo grupo Estado Islâmico.
Em coletiva de imprensa televisionada, autoridades catalãs confirmaram ainda que uma explosão que ocorreu mais cedo no pequeno município catalão de Alcanar e que deixou um morto tem ligação com o terrorismo. Porém, o atropelamento de dois policiais em Barcelona por outra van não tem relação com o ataque. O motorista deste outro veículo foi abatido pela polícia.
Ao detalhar o atentado, o chefe de polícia, Josep Lluis Trapero, disse que a van que causou o atentado entrou na avenida Las Ramblas, em Barcelona, e começou a atropelar os pedestres. Após percorrer mais de 200 metros em alta velocidade, o motorista saiu correndo do veículo. O homem ainda não foi identificado.
Trapero afirmou que duas pessoas foram presas em ligação com o ataque terrorista, porém nenhum deles é o motorista da van. Um deles é do Marrocos e outro natural do enclave espanhol de Melilla, no Norte da África. "Ainda não podemos dar mais detalhes sobre a investigação do atentado", concluiu.
Sobre as vítimas, o conselheiro do Interior do governo da Catalunha, Joaquim Forn, afirmou que muitos dos feridos estão em estado grave e que entre os mortos há pessoas de diversas nacionalidades. "Estamos trabalhando ao máximo para descobrir a identidade das pessoas vitimadas", afirmou. Ele agradeceu ainda o empenho da guarda urbana, da polícia civil e dos bombeiros após o ataque.