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Jovem que estava desaparecida há mais de um ano foi morta por dívida de droga, diz polícia

Arquivo Pessoal/Fabrícia da Silva
Alícia Marques foi morta por dívida de drogas, aponta Polícia Civil

A Polícia Civil concluiu que a jovem Alícia Marques, que ficou desaparecida por mais de um ano, foi morta por dívida de drogas. Segundo o delegado Fabrício Flávio Rodrigues, a vítima mandou mensagem para uma amiga tentando simular ao traficante que ela já tinha dinheiro para quitar o débito.

Dois homens, que não tiveram os nomes divulgados, foram indiciados por homicídio qualificado, com motivo torpe, furto e ocultação de cadáver, sendo que nenhum deles confessou o crime. A ossada de Alícia foi encontrada no Parque Ibirapuera, em Aparecida de Goiânia. Por conta do estado que os ossos foram encontrados, a Polícia Científica não chegou à causa da morte.

Por não terem tido os nomes divulgados, o Daqui não localizou a defesa dos indiciados até a última atualização desta reportagem.

“Essa foi uma investigação complexa. No dia 12 de fevereiro, Alícia desapareceu. Ela foi buscada em uma distribuidora de bebidas por um dos suspeitos e levada até a casa de outro suspeito, um traficante, onde possivelmente ela foi morta”, afirmou Fabrício Flávio Rodrigues, delegado à frente do caso.

De acordo com o delegado, não foi possível definir a causa da morte porque a ossada já estava em estado avançado de decomposição. “Conseguimos por exames de DNA que se tratava do corpo da vítima, por meio do trabalho da Polícia Científica de Goiás”, pontuou o delegado.

Dinâmica do crime
Segundo o delegado, o crime foi premeditado e, quando estava na casa do traficante, Alícia chegou a tentar se desvencilhar dos suspeitos.

“No interior da casa, ela mandou mensagem para uma amiga, pedindo para ela falar que estava com os R$ 500 reais [da dívida] e que ela iria buscar. Possivelmente ela mostrou a mensagem para o traficante, na tentativa de se desvencilhar da situação, mas não deu certo”, apontou o delegado.

Por meio da análise de dados telemáticos, a Polícia Civil concluiu que, por volta de 00h30 do dia 13 de fevereiro de 2022, o celular de Alícia para de funcionar. Segundo o delegado, esse seria o horário em que ela possivelmente foi morta.

“O corpo fica na residência por volta de 24 horas e no dia 14 de fevereiro de 2022, ele é ocultado pelos dois suspeitos, por volta das 05h30 da manhã”, afirmou Rodrigues.

Tornozeleira eletrônica
A Polícia informou que conseguiu concluir o inquérito e indiciar um dos suspeitos, que usa tornozeleira eletrônica, teve o equipamento monitorado por um ano e meio. Nesse monitoramento, a Polícia Civil verificou que ele esteve no local em que o corpo da vítima foi enterrado por cerca de 2 ou 3 minutos. O suspeito já tinha passagens pelo crime de tráfico de drogas.

Entenda o caso
Segundo a diarista Fabricia da Silva Pereira, mãe de Alícia, a filha saiu de casa no dia 12 de fevereiro do ano passado, que fica no Jardim Helvécia, e desde então não foi mais vista. A jovem não informou para onde estava indo, mas a mãe disse que ela sempre voltava para casa no dia seguinte após sair e nunca fez algo parecido. À época, Fabricia relatou que a filha não tinha inimigos e que acreditava que alguém tenha a feito mal por ela ser transsexual.

A ossada de Alícia foi encontrada em dezembro de 2022, no Jardim Alto Paraíso, segundo a Polícia Civil. A confirmação da identificação dos restos mortais foi divulgada no último dia 1º de setembro.

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