Doze jovens cegos entre 18 e 20 anos viveram a experiência de andar a cavalo pela primeira vez, em Goiânia. Essa é a terceira vez neste ano que eles participam de atividades que eles nunca haviam participado antes. A iniciativa é da Associação dos Deficientes Visuais de Goiás (Adveg) com parceria com entidades, políticos, empresas e pessoas físicas.
O presidente da Adveg, Deni Carlos Alves de Freitas disse que os jovens puderam andar a cavalo. “Tem coisa que é trivial, fácil e simples para quem não é cego. Para quem é cego, essas atividades não são naturais. Além disso, a maioria desses jovens são de famílias humildes e, sem ajuda, não poderiam ter essas oportunidades de vivência.”
Deni Carlos ressalta que o projeto Vivenciar foi criado pela esposa dele, Andrea Albernaz, que não é cega, mas que acompanha as meninas cegas da associação. “Durante a pandemia, elas faziam encontros virtuais para conversarem a Andrea percebeu essas falta de vivência em situações triviais e simples para um jovem não cego. Em janeiro decidimos colocar em prática.”
Atividades
Neste ano os jovens já foram conhecer o projeto de cães-guias, para entenderem como funciona e saber se algum deles pode se identificar com a ferramenta. Também houve um projeto específico para meninas, que foi o curso de dança do ventre. Neste caso, as meninas que gostaram da atividade continuam tendo aulas da dança com a professora parceira.
Nesta semana, no haras, muitos jovens tiveram contato com os cavalos pela primeira vez. “Eles ficaram muito felizes, animados. Começaram com toque, se aproximando dos animais. Depois montaram, tiveram um passeio guiado.” Deni Carlos diz que pretende continuar com o projeto e que depende de mais parcerias e apoio.
Já está em andamento a negociação com os Bombeiros, para que os jovens possam visitar um batalhão da corporação, conhecer os veículos e, se possível, dar uma volta. Também existe plano de levar os jovens para fazer uma trilha na natureza. “Como eu disse, são situações simples, mas que são importantes e muito bem recebidas por quem é cego.”