Os envolvidos no homicídio de dois advogados no escritório em que trabalhavam, no Setor Aeroporto, em Goiânia, foi agendado para o dia 30 de maio, informou o Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO). Marcus Aprigio Chaves e Frank Alessandro Carvalhães de Assis foram mortos em 28 de outubro de 2020. O Ministério Público de Goiás (MPGO) disse que sustentará a acusação.
São três os envolvidos que serão julgados: o fazendeiro Nei Castelli, apontado como mandante dos crimes; Hélica Ribeiro Gomes, namorada do executor Pedro Henrique Martins Soares; e Cosme Lompa Tavares, intermediário entre Nei e Pedro Henrique. Pedro Henrique foi levado a júri em maio de 2022 e condenado a 45 anos, 6 meses e 10 dias de prisão, inicialmente em regime fechado.
Conforme denúncia do MPGO, Nei Castelli contratou os advogados para uma causa envolvendo reintegração de posse de terra e foi derrotado. Além de ter de pagar R$ 4,6 milhões de honorário aos advogados. Essa derrota e os interesses patrimoniais levaram o acusado a querer a morte de Marcus e Frank.
Segundo as apurações, Cosme Lompa foi contratado para indicar pessoas para executar o crime. Já Hélica Ribeiro agiu como intermediária nas negociações de valores da recompensa pela execução.
Ainda de acordo com as investigações, o valor prometido por Nei tinha uma espécie de bônus, sendo combinada a quantia de R$ 100 mil se os contratados saíssem impunes do crime ou R$ 500 mil se fossem presos por causa das mortes.
Habeas corpus negado
Em janeiro deste ano, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou o pedido de habeas corpus do fazendeiro Nei Castelli. A decisão foi proferida pelo ministro Og Fernandes. Na época a defesa do fazendeiro alegou que “paciente é vítima de constrangimento manifestamente ilegal, consubstanciado em manutenção de prisão preventiva ilegal vez que ausentes a contemporaneidade e demonstração da necessidade da medida extrema no atual momento processual”.
Relembre o caso
Os advogados Frank Alessandro Carvalhaes de Assis e Marcus Aprigio Chaves foram assassinados a tiros dentro de um escritório de advocacia na tarde desta quarta-feira (28) no Setor Aeroporto, em Goiânia. A Polícia Militar confirmou a ocorrência e a identidade das vítimas.
Uma testemunha relatou aos investigadores que há alguns dias um homem entrou em contato com o escritório por telefone, informou o nome e pediu um encontro com Marcus Aprígio. A secretária teria informado que não haveria agenda para o atendimento naquela data, mas ontem à tarde os dois homens chegaram e um deles se apresentou com o mesmo nome informado por telefone dias antes e, mesmo sem estarem com a confirmação do encontro para ontem, foram atendidos.