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Justiça de Goiás condena João de Deus a mais 109 anos de prisão

Wildes Barbosa
João Teixeira de Faria, em uma das transferências no início da prisão dele

Após denúncia do Ministério Público de Goiás (MP-GO), João Teixeira de Faria, o João de Deus, foi condenado nesta quarta-feira (7) a 109 anos e 11 meses de reclusão por 8 crimes de estupro de vulnerável e 26 infrações penais de violação sexual mediante fraude, em relação a três ações penais.

A condenação foi emitida pelo juiz Marcos Boechat Lopes Filho. O médium segue em prisão domiciliar determinada pelo Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO) em substituição à prisão preventiva decretada pelo juízo da comarca de Abadiânia.

Segundo o TJ-GO, João Teixeira de Faria terá que pagar indenizações por danos morais às vítimas em valores de até R$ 100 mil. O médium já havia sido condenado em outros processos por violação sexual mediante fraude, estupro de vulnerável e posse ilegal e irregular de armas de fogo, somando outras 223 anos e três meses de reclusão (veja abaixo as condenações).

Os promotores de Justiça Luciano Miranda Meireles e Izabella Artiaga Dias Maciel levaram em consideração os relatos de 42 vítimas. Em 25 situações os crimes estavam prescritos. Os crimes teriam acontecido entre 1985 e 2018. A sentença foi proferida pelo juiz Marcos Boechat Lopes Filho.

Em nota, o advogado de João de Deus disse que irá "recorrer das sentenças uma vez desconsideraram aspectos relevantes dos argumentos apresentados pela defesa", como a "a inobservância do prazo decadencial de seis meses para a representação da vítima". O advogado Anderson Van Gualberto também ressaltou a", reforçar a fragilidade dos argumentos da acusação" quanto à condição de vulnerabilidade das supostas vítimas. 

Condenações somam mais de 223 anos de reclusão

A Justiça já recebeu 15 denúncias contra João Teixeira de Faria por crimes sexuais. Em oito deles já houve condenação. Veja todas as condenações:

- 19 anos e quatro meses de reclusão por violação sexual mediante fraude, na modalidade tentada; violação sexual mediante fraude; e dois estupros de vulneráveis;

- 40 anos de reclusão por cinco estupros de vulneráveis;

- dois anos e seis meses de reclusão por violação sexual mediante fraude contra uma vítima;

- 44 anos e seis meses de reclusão por estupro contra duas vítimas e estupro de vulnerável em relação a outras duas vítimas.

- quatro anos de reclusão por violação sexual mediante fraude.

- 41 anos e quatro meses de reclusão por três crimes de estupro de vulnerável e por 21 crimes de violação sexual mediante fraude.

- 16 anos e 10 meses de reclusão por um estupro de vulnerável, uma) violação sexual mediante fraude e uma violação sexual mediante fraude na modalidade tentada.

- 51 anos e nove meses de reclusão por quatro crimes de estupro de vulnerável e três crimes de violação sexual mediante fraude.

João Teixeira de Faria também foi condenado a três anos de reclusão por posse irregular de arma de fogo de uso permitido e por posse irregular de arma de fogo de uso restrito. 

Relembre o caso 

No dia 7 de dezembro de 2018, mulheres começaram a denunciar que foram abusadas sexualmente pelo réu durante atendimentos espirituais na casa Dom Inácio de Loyola. João de Deus foi preso inicialmente no dia 16 de dezembro de 2018.

Em março de 2020, ele passou para o regime de prisão domiciliar. Porém, no dia 26 de agosto de 2021, o idoso voltou para o presídio. No mês seguinte, ele voltou ao regime domiciliar, em Anápolis, onde segue até esta quarta-feira (7).

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