A Justiça tornou réus os dois suspeitos pelo assassinato da estudante Alícia Marques Pereira, de 18 anos, em Aparecida de Goiânia. A jovem foi morta em fevereiro de 2022 e após um ano de investigação o inquérito chegou a ser arquivado em janeiro deste ano.
Foi após intervenção do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) que a Polícia Civil retomou as investigações em maio, identificou um corpo encontrado em dezembro do ano passado como sendo o de Alícia e encontrou elementos suficientes para indiciar Suliê Pereira Lima e Gabriel Fabiano de Souza, ambos de 26 anos, pela morte de Alícia.
As investigações apontam que Suliê seria traficante de droga na região frequentada por Alícia e que o suspeito cobrava dela uma suposta dívida de 500 reais por uma certa quantidade de cocaína. Pessoas próximas da vítima contam que ela alegava ter sido uma confusão do acusado e por isso se negava a quitar a dívida.
No dia em que ela desapareceu, Gabriel teria encontrado com ela em uma distribuidora e a levado até a casa do traficante em uma moto. No entanto, isso só veio a ser descoberto depois que o caso voltou a ser investigado, em meados deste ano.
A dupla foi presa depois que a Polícia Civil descobriu que Gabriel usou por dois meses o celular de Alícia, tendo trocado o perfil de acesso pelo dele dois dias após o desaparecimento da jovem. Ao ser interrogado, em agosto deste ano, o suspeito disse que comprou com Suliê o aparelho por 450 reais. Este negou a venda, mas a partir de então os policiais identificaram ele como a pessoa que estaria cobrando a suposta dívida de Alícia.
Como Suliê usava tornozeleira eletrônica, foi possível identificar nas investigações que ele esteve no local onde o corpo de Alícia foi encontrado.
A jovem estava com duas amigas em uma distribuidora de bebidas em Aparecida, na noite do dia 12 de fevereiro de 2022, um sábado, quando foi abordada por Gabriel e levada em uma moto até a casa de Suliê. Segundo as investigações, a suposta dívida teria sido cobrada no local. Alícia chegou a mandar uma mensagem para uma amiga pelo celular para simular que esta estava com 500 reais e que a vítima iria até sua casa para pegar o dinheiro e quitar a dívida. A vítima não apareceu e nem deu nenhum retorno mais.
A morte foi na madrugada do dia 13. Pela manhã, Suliê foi para a casa de Gabriel e ficou lá por 24 horas. O corpo foi desovado em uma mata próxima a casa de Gabriel na madrugada do dia seguinte e foi encontrado apenas em dezembro. Porém, na época, não foi feita a conexão com o desaparecimento de Alícia. Isso só aconteceu após a intervenção do MP-GO.
Durante os meses em que o caso não avançou e correu risco de findar no arquivo, a mãe de Alícia se manteve mobilizada em busca de respostas. Em abril de 2022, ela deu entrevista para o site jornalístico Metrópoles, de Brasília (DF). Ela voltou a falar sobre o caso ao site em maio deste ano, quando a Polícia Civil se preparava para arquivar o inquérito. Após a divulgação da notícia, o MP-GO entrou com uma manifestação contra.
Suliê e Gabriel foram denunciados em setembro por homicídio duplamente qualificado, furto e ocultação de cadáver. Em sua decisão, o juiz Leonardo Fleury Curado Dias, da 1ª Vara Criminal dos Crimes Dolosos Contra a Vida, acertou o pedido afirmando haver todos os requisitos para torná-los réus. O magistrado também manteve a prisão dos mesmos.
O Daqui não conseguiu identificar os advogados dos suspeitos, que na delegacia quando ouvidos negaram o crime.