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Mãe luta por cirurgia da filha de 7 anos, em Goiânia

Fábio Lima

“O desespero bate o tempo, medo de demorar a conseguir realizar a cirurgia e prejudicar a minha filha”, o relato é de Lorrane Batista da Silva, de 26 anos, sobre a necessidade da pequena Anna Luiza Silva Melo, de 7, que precisa colocar um fixador externo baby na perna direita.

A mãe conta que quando a menina tinha apenas oito meses contraiu meningite meningocócica e o diagnóstico demorou. “Eu tinha plano de saúde, mas não tinha emergência pediátrica e só descobri quando precisei. A levei a consultas particulares, mas foram três meses de erro. Disseram que ela tinha virose, depois gripe e, por fim, gases. Da última vez eu bati o pé pedindo uma internação, e só por isso internaram, pois queriam liberá-la. Meia hora depois da internação ela iniciou uma parada respiratória, outro médico a atendeu e viu que as pernas delas estavam roxas”, relembra Lorrane.

Na ocasião foi descoberta a meningite e a bebê foi levada para uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde ficou 18 dias em coma. “Os médicos diziam que ela ficaria em uma cama se conseguisse viver, mas graças a Deus teve alta, aparentemente sem sequelas”, diz a mãe sobre a filha, que até os 4 anos teve uma infância normal.

Nessa idade a família percebeu que Anna Luiza mancava muito e a levou a um ortopedista. “Foi quando descobrimos que os ossos do crescimento dela, localizados no joelho e no tornozelo, estavam se fechando. Não existe remédio, a única solução é a cirurgia de alongamento ósseo”, explica a mãe.

Lorrane relata que na época o médico disse que a filha poderia usar calçado ortopédico. “Ele explicou que a cirurgia podia esperar até quando ela não pudesse mais usar o saltinho, para ela ter uma vida normal de criança por mais tempo. Só que agora o salto que era de 4 cm passou para 7 cm, e não podemos mais esperar, pois ela está caindo muito e sempre torce o pé”, relata.

Surpresa Ingrata 

A mãe revela que se programou para cuidar da menina após a cirurgia, pois ela terá que colocar o fixador externo primeiro na coxa e depois de três meses, na panturrilha. Assim, a filha ficará de oito meses a um ano de repouso, sem poder sair. “Eu fiz um curso de bronzeamento e massagem para atender clientes em casa e cuidar dela.”

Porém, a família teve uma ingrata surpresa. “Eu estava tranquila, pois tinha me preparado para cuidar dela. Tinha o plano de saúde pelo qual ela fez os exames pré-operatórios e o pedido da cirurgia, mas descobrimos que ele não cobria o fixador, não tem nem no catálogo para poder pedir”, destacou a mãe.

“Fizemos o pedido para a inclusão do aparelho, mas isso não tem prazo. O médico contou que tem outro paciente que está esperando há três anos e minha filha não pode esperar esse tempo todo, pois a perna dela pode ficar torta”, relatou Lorrane. “O ortopedista ainda conseguiu uma marca mais barata, mas mesmo assim, com os dois fixadores que ela vai precisar e as adaptações, será cerca de R$ 140 mil, e não temos condições”, afirma.

Campanha tenta arrecadar ajuda

Lorrane iniciou há quase três meses a campanha “Ajude Anna Luiza” em um perfil no Instagram e uma vaquinha virtual, além de fazer pedágio beneficente nos semáforos em vários pontos da cidade junto com familiares e amigos. “Não está fácil, tem gente que desconfia mesmo com o banner com a foto dela, mas outros já viram a página na internet e ajudam”, diz.

Outro fator que aumenta o desespero da mãe são as dores da filha. “Ela sente dores todos os dias, nos pés, na coluna, no joelho e quando deita. Todo dia, quando ela vai dormir, ela chora”, lamenta Lorrane, que faz massagens na menina para também amenizar as dores.

“A Anna Luiza é uma criança como outra qualquer, cheia de sonhos. Quer fazer balé, andar de patins. Quando ia em festa infantil queria brincar no pula-pula e não podia”, relata a mãe. “Se ela não operar, pode até ficar em uma cadeira de rodas, pois as pernas não irão crescer e não conseguirão sustentar o corpo.”

Quem puder contribuir para a campanha basta acessar o perfil no Instagram ajudeannaluiza.00_, pelo site Vakinha, ou entrar em contato com a mãe de Anna Luiza pelo WhatsApp (62) 99364-5530.

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