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Médico é denunciado pelo MP após paciente ter perna amputada depois de cirurgia de safena

Divulgação
Maria Helena dos Santos, de 60 anos, denuncia que precisou amputar uma das pernas após erro médico

O Ministério Público de Goiás (MP-GO) denunciou o médico Benedito Alves Moreira após uma mulher de 60 anos passar por uma cirurgia de ponte safena e depois precisar amputar uma das pernas, em Morrinhos, no sul goiano.

De acordo com as investigações, a dona de casa Maria Helena dos Santos fez a cirurgia para tratar problemas nas veias das pernas, mas, conforme denunciou o MP, o médico errou e dilacerou a artéria femoral da mulher. O médico foi denunciado pelos crimes de ofensa a integridade corporal ou saúde, cuja pena é detenção, de três meses a um ano.

A advogada do médico e do hospital, Cristiene Couto, afirmou que está realizando uma averiguação técnica de todas as condutas adotadas depois que a paciente deixou o hospital. Além disso, a defesa esclarece que somente após a realização da perícia médica é que será possível verificar e apurar as causas motivadoras da amputação (confira a nota na íntegra no final da matéria).

Em nota, o Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) afirmou que todas as denúncias relacionadas à conduta ética de médicos recebidas pelo Cremego são apuradas e tramitam em total sigilo, conforme determina o Código de Processo Ético-Profissional Médico (leia a nota completa no final da matéria).

Entenda o caso

O caso ocorreu no dia 6 de fevereiro deste ano, quando a dona de casa Maria Helena dos Santos, de 60 anos, precisou se submeter a uma cirurgia de ponto de safena depois que descobriu que estava com insuficiência venosa nas pernas, o que lhe causava fortes dores.

Segundo o filho da dona de casa, Elias Mário, ela sempre levou uma vida ativa, já que sempre gostou de dançar, praticar exercícios e brincar com os netos. Contudo, o filho afirmou após três dias do procedimento, a mãe começou a reclamar de dores fortes depois que passou o efeito da anestesia. 

Então, no dia 9 de fevereiro, três dias depois da cirurgia de safena, o médico atendeu aos pedidos de Maria Helena e a transferiu para o Hospital Municipal de Morrinhos, onde ela foi submetida a exames. No dia seguinte, a dona de casa foi transferida para o Hospital de Urgência de Goiânia (Hugo).

Na capital, Maria Helena foi avaliada pela equipe médica que, rapidamente, determinou que ela fosse levada direto para o centro cirúrgico, com suspeita de trombose. Porém, segundo a família, durante o procedimento, os médicos constataram que a paciente estava com a artéria femoral destruída.

No prontuário médico da amputação, feito pelos médicos do Hugo, eles relatam que: “Evidenciado alguns segmentos com fragmentos de artéria totalmente dilacerados sem possibilidade de revascularização de membro. (...). Por impossibilidade de qualquer tipo de revascularização foi indicado amputação transfemoral”.

Sem saída, a família autorizou a amputação, mas segundo o filho, o sentimento é de completa tristeza e revolta pelo que aconteceu. A dona de casa recebeu alta no dia 17 de fevereiro deste ano.

Nota da defesa 

“A advogada Cristiene Pereira Couto, responsável pela defesa da Casa de Saúde Sylvio de Mello e do corpo clínico da unidade, informa que está realizando uma averiguação técnica de todas as condutas adotadas depois que a paciente Maria Helena dos Santos deixou o hospital. Este levantamento inclui a análise das complicações decorrentes da morosidade para realizar o exame vascular que detectaria a necessidade ou não da cirurgia de amputação, bem como a eficácia da medicação ministrada.  

Neste sentido, a defesa esclarece que somente com base nos elementos levantados por esta avaliação e com a perícia médica, que ainda não foi realizada e é conduzida por profissional especialista, legalmente habilitado, é que será possível verificar e esclarecer o que determinou o fato e apurar as causas motivadoras.” 

Nota do Cremego

“Todas as denúncias relacionadas à conduta ética de médicos recebidas pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) ou das quais tomamos conhecimento são apuradas e tramitam em total sigilo, conforme determina o Código de Processo Ético-Profissional Médico.”

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