Ao todo, 138.979 participantes em Goiás se inscreveram para realizar a prova, impressa ou digital, do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), nos dois próximos domingos, 13 e 20. No Brasil, o número ultrapassa 3,3 milhões.
O exame, esperado por diversos estudantes do País, é uma porta de entrada para as universidades públicas, além da possibilidade de bolsas em faculdades particulares. Por esse motivo, os perfis de candidatos são diversos e, na mesma proporção, as dificuldades enfrentadas, também.
A aproximadamente 540 km de Goiânia, a indecisão de qual curso se inscrever ainda aflige o jovem Júlio César Paulino dos Santos, de 19 anos, estudante do Povoado Kalunga do Engenho II, parte da Associação Quilombo Kalunga (AQK), em Cavalcante. A incerteza de qual faculdade seguir atinge mais da metade dos jovens na época de vestibulares. A angústia para ter uma boa nota no Exame, porém, é maior para Júlio. A considerar que, assim, haverá mais caminhos.
De acordo com o Censo da Educação Superior, no ano de 2020, os cinco cursos mais escolhidos pelos estudantes brasileiros são Pedagogia, Direito, Administração, Contabilidade e Enfermagem. Em 2018, cerca de 56% dos ingressantes abandonaram ou trocaram de curso no meio da graduação, segundo o programa de inclusão educacional Educa Mais Brasil.
O grande desafio de Júlio César durante os estudos foi por recursos técnicos. “Minhas principais dificuldades foram a questão da energia e da internet que às vezes acaba e volta só no outro dia”, relatou.
Experiência própria
Em Goiânia, outro apoio familiar foi além e se transformou em uma tradição. Pai de três, o professor de Matemática Evandro Fortunato Pereira, de 58 anos, acompanhou de perto os filhos ingressarem na Universidade Federal de Goiás (UFG), nos cursos de Medicina, Letras e Medicina Veterinária. Em oito dos 37 anos de experiência como educador, ele faz o exame junto aos demais participantes. Neste domingo, o docente completa nove anos nessa prática e ressalta a importância dos estudantes se prepararem para o teste.
“Comecei com o objetivo de incentivá-los (os três filhos) e passei a realizá-lo com o intuito de observar se o trabalho que desenvolvo junto aos meus alunos em sala de aula tem valido a pena”, esclarece. O professor enfatiza que a qualidade das aulas melhorou com a prática. “Ministramos muitos conteúdos, alguns deles não são explorados pelo Enem. Por isso, a minha preocupação é trabalhar, com mais ênfase, conteúdos que são mais cobrados”.
Ao longo dos anos, Evandro destaca que o jovem precisa desenvolver uma rotina que combine a preparação para o Exame e o estudo solicitado pelas escolas.
