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Mais de um terço da população em Goiás está cadastrada em programas de benefício social

Divulgação

A pandemia de Covid-19 impulsionou o número de pessoas no Cadastro Único, do governo federal, que é a porta de entrada para diversos programas de benefício social. De fevereiro de 2018 para o mesmo mês deste ano, houve aumento de 28,06% no número de famílias cadastradas em Goiás. 

Com isso, mais de um terço da população goiana está inscrita neste primeiro passo para participar de programas como o Auxílio Brasil, de acordo com dados do Ministério da Cidadania. Com o fim do auxílio emergencial, em novembro de 2021, a procura pelo cadastro ganhou reforço, além da crise econômica com desemprego e alta da inflação, que também ajudam a justificar a maior demanda. O Auxílio Brasil substituiu os extintos Bolsa Família e auxílio emergencial.

Somente em um ano, 50,3 mil novas famílias foram inscritas no CadÚnico, o que fez o Estado chegar ao total de 1,023 milhão. Coordenadora estadual do Programa Auxílio Brasil e Cadastro Único, Helena Alves Góis explica que parte da população que recebeu auxílio emergencial durante a pandemia não estava no CadÚnico e o cadastro se tornou a única via para ter acesso a benefícios.

Demanda 
A procura maior por cadastro traz desafios mesmo que todos os municípios goianos tenham posto de atendimento. “Ficaram lotados, cheios e mesmo que já tenha diminuído continua mais forte do que era em um tempo passado”, pontua Helena. Esse aquecimento também tem relação com o uso do CadÚnico para a seleção de mais programas lançados nos últimos meses.  

“Aumentou a importância e houve consolidação como ferramenta para identificar famílias em situação de vulnerabilidade e fazer estudos para políticas públicas.” Com os dados dessa população, foi possível também verificar o aumento no número de famílias consideradas em situação de extrema pobreza, com renda per capita de até R$ 105 por mês. Até fevereiro, eram 338.237 famílias. 

“Com a pandemia e com os reflexos econômicos que ela trouxe, as populações de favelas e periferias que já eram afetadas por problemas econômicos passaram a ser mais”, ressalta o presidente da Central Únicas das Favelas (Cufa) em Goiás, Breno Cardoso. Mesmo com aumento no número de inscritos, ele lembra que há dificuldade de muitos de ter acesso inclusive ao cadastro.

Pobreza 
“Levantamento do Data Favela com dados da Cufa mostra que em outubro de 2021 chegou ao número de 407 mil pessoas abaixo da linha da pobreza no Estado, que vivem com até R$10”, acrescenta Breno sobre o momento de maior dificuldade que atinge especialmente a população de periferias. “A cadeia produtiva é movimentada pela periferia, que não fica com a renda”, finaliza. 

Cadastro Único em Goiás 
Evolução no número de famílias cadastradas 
(Até fevereiro de cada ano) 
2019
799.506
2020
815.394
2021
973.496
2022
1.023.863 

Renda per capita de até R$ 105
Famílias em situação de extrema pobreza: 338.237 

Renda per capita até R$ 210
Famílias em situação de pobreza: 152.121 

Fonte: Ministério da Cidadania 

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