A ministra do Meio Ambiente e Mudança Climática, Marina Silva, sinalizou prioridade à regulamentação do mercado de carbono de forma acessível a pequenos comerciantes.
Em conversa com a FercomercioSP, concordou ser necessário incluir na regulamentação medidas simples como a troca de ar condicionado e geladeiras por aparelhos mais eficientes e econômicos, ou a instalação de placas de energia solar.
O mercado de carbono é a venda de cotas de redução de emissões de gases do efeito estufa para empresas ou pessoas físicas que queiram compensar suas emissões.
Para José Goldemberg, presidente do Conselho de Sustentabilidade da FercomercioSP e ex-ministro do Meio Ambiente, é preciso criar urgentemente mecanismos que estimulem a compra desses créditos.
"De nada adianta ter o mercado, tem o crédito, se ele não atingir o nível comercial. Vira uma coisa retórica", avalia.
Segundo ele, os estímulos no Brasil hoje ainda são muito distantes do cidadão comum. Ele cita como exemplo uma linha de financiamento do BNDES, mas que só abarca projetos acima de R$ 20 milhões, muito acima da possibilidade de pequenos comerciantes.
Países como Portugal, por exemplo, estipularam metas de redução de emissões para empresas, que podem fazer as compensações comprando créditos de carbono. Uma das sugestões da FercomercioSP é acelerar acordos internacionais para que empresas estrangeiras possam comprar os créditos de brasileiras.
A regulamentação depende da aprovação de uma lei pelo Congresso Nacional. Vários projetos já foram protocolados. O mais adiantado é relatado pela deputada Carla Zambelli (PL-SP).