Geral

Matriz de Aparecida tem 70% das obras concluídas

Wesley Costa
Esta é a primeira vez que o Santuário passa por uma intervenção mais completa, que alcança solução para os problemas estruturais do prédio

Com previsão de entrega para janeiro último, conforme anunciado pela prefeitura de Aparecida de Goiânia, as obras de restauração do Santuário Nossa Senhora Aparecida, no centro da cidade vizinha à capital, estão aproximadamente 70% concluídas e ganharam impulso nos últimos dias. A expectativa é que os 102 anos da igreja sejam celebrados no dia 11 de maio, também aniversário do município, com uma programação especial. “Estou soltando fogos de alegria com essa obra”, brinca o reitor e pároco frei Ednilson Vaz.

O movimento dos gestores públicos e da Igreja Católica pelo restauro do templo que deu origem à Aparecida de Goiânia, em torno do qual a cidade se expandiu, começou em 2019. Foram muitas reuniões até a definição de um convênio com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para que mediasse a chegada dos recursos e acompanhasse todo o trabalho. Parte dos R$1,492 milhão previsto inicialmente para as obras, que começaram em janeiro do ano passado, veio de emendas parlamentares assinadas pelos deputados federais Francisco Júnior e Professor Alcides. O restante saiu dos cofres da prefeitura local.

O Santuário Nossa Senhora Aparecida, também sede da paróquia homônima, é tombado somente por lei municipal, o convênio com o Iphan, entretanto, garantiu a preservação das características originais da igreja que começou a ser construída em 1922. Há seis anos reitor do Santuário, Frei Ednilson comemora. “É a primeira vez que a igreja é verdadeiramente restaurada. Nos procedimentos anteriores não houve nenhuma intervenção de restauro, mas somente de reforma”, afirma. Em meados do ano passado, o trabalho de escavação em volta dos pilares de madeira revelou a péssima condição estrutural.

Joviano Dias da Silva Junior, um dos engenheiros civis da prefeitura que fiscaliza os trabalhos executados pela Marsou Engenharia, empresa vencedora da licitação, explica que foi necessário mexer em todos os 26 pilares de madeira de lei fincados a cerca de 2,5 metros no solo. “Quando foi escavado percebemos que na parte enterrada todos estavam podres, corroídos pela ação de cupins e do tempo”. Com acompanhamento de especialistas do Iphan, todas as vigas originais foram aproveitadas e para dar sustentação estrutural foi feita uma espécie de prótese na parte dos pilares que fica sob a terra.

Estrutura

Frei Ednilson Vaz enfatiza que a obra é complexa. “Restauração é diferente de uma reforma. No processo de execução podem surgir imprevistos e até por isso eu temia mais atraso, mas estou assustado com o quanto avançou. É visível a diferença de uma semana para outra.” Desde que as obras começaram todas as celebrações estão sendo realizadas no salão paroquial. Ele acredita que, como faz todos os anos, em 2024 não será diferente: haverá missa campal para celebrar o aniversário do Santuário, só que com ele restaurado.

Cleber César de Souza, diretor de Projetos e Captação de Recursos da prefeitura de Aparecida de Goiânia, explica que a meta de gastos sofreu alterações. Para garantir a estabilidade de toda a parte estrutural, que tinha muitos danos, houve um acréscimo de cerca de R$ 345 mil nos recursos direcionados ao restauro. Com a parte estrutural concluída, começa agora a renovação dos sistemas hidráulico, elétrico e de som. A pintura seguirá o mesmo padrão anterior. Para não perder as características originais, foram preservados lustres, piso de madeira, o altar, portas e janelas. Restaurada, a velha igrejinha vai continuar sendo um marco ainda mais forte na paisagem da segunda maior cidade goiana.

Primeira da cidade

A igrejinha branca com detalhes em azul chama a atenção na praça central de Aparecida de Goiânia, a Praça Matriz. É um marco por ter sido a primeira igreja a ser erguida na cidade e pelas mãos do habilidoso carpinteiro João Batista de Toledo. Sua construção começou em 1922 e a primeira missa foi celebrada em seu interior há cem anos, em 1924. No lado externo ainda está preservada a cruz de aroeira cravada pelos fundadores. 

É uma igreja pequena, com capacidade para 300 pessoas sentadas. O porte, no entanto, não impediu que ela fosse transformada em Paróquia Santuário Nossa Senhora Aparecida em 2018. Durante a celebração, o então Arcebispo de Goiânia, dom Washington Cruz lembrou que a igreja foi uma das primeiras de Goiás dedicada à Padroeira do Brasil e que o crescimento populacional exigia um centro de evangelização em Aparecida de Goiânia.

A Paróquia Santuário Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida de Goiânia, é o quarto santuário na área da Arquidiocese de Goiânia. Os demais são o Santuário Basílica do Divino Pai Eterno, em Trindade; Santuário Basílica de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro (Matriz de Campinas); e Santuário Arquidiocesano Sagrada Família, ambos na capital. 

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