A menina Aylla Lorena Conceição Santos fez um ano na quinta-feira (19), mesmo dia em que morreu. A causa da morte ainda não foi confirmada, mas a mãe dela, Ana Cristina Conceição Santos, relata que passou pelo Hospital Municipal de Itaberaí e pelo Hospital Estadual da Criança e do Adolescente (Hecad), em Goiânia. O caso é investigado pela Polícia Civil (PC), que disse não descartar nenhuma linha de investigação.
Conforme explicou a mãe da criança, Ana Cristina, na manhã de quarta-feira (18) a bebê foi levada, com febre, a um posto de saúde em Itaberaí. Foi receitado um remédio para a febre e outro caso ela vomitasse. A mãe disse que, ao retornar para casa, a criança vomitou e foi medicada conforme a orientação médica. Disse que os remédios foram entregues a ela ainda no posto.
“Depois que ela tomou esse remédio, ela ficou molinha, ficou só dormindo, beicinho roxo, mãozinha fria”, disse a mãe. Aylla voltou a passar mal pela tarde, conforme o relato da mãe, que foi até o Hospital Municipal de Itaberaí. Ela foi encaminhada, de ambulância, ao Hecad, em Goiânia. Segundo Ana Cristina, o médico que atendeu a criança em Goiânia disse que o remédio receitado anteriormente era muito forte e em grande quantidade para ela.
Já em Goiânia, “eles deram umas três vezes uma bombinha na boca dela, aí ela voltou ao normal. Ela ficou coradinha, ficou sorridente, chamando ‘mamãe e papai’”, contou a mãe. Além da medicação, Aylla fez exames de sangue e raio-x no Hecad, conforme relatou Ana Cristina. Depois disso, a família retornou para o hospital de Itaberaí, de madrugada, já na quinta-feira (19).
Foi Ana Cristina quem pediu alta do hospital. A mãe alega que foi colocada em um “quarto escuro”, sem cobertas e sem apoio médico. “Ninguém perguntava como que a Aylla estava, ninguém ia examinar a Aylla. Aí eu falei assim ‘meu Deus, eu estou aqui nesse quarto, minha filha está desse jeito aqui, ela já está bem coradinha, perfeitinha, eu vou pra casa’”, disse Ana.
A mãe pediu para ir para casa, e afirma que a médica alertou que a criança ainda não estava bem, mas permitiu a alta. “Eu decidi ir para casa com ela porque eu tenho dois filhos que são autistas”, disse. E informou que a médica relatou em documento que foi a mãe quem solicitou a alta. Em casa, a menina mamou e dormiu, relatou a mãe. Horas depois, segundo a mãe, Aylla “já mudou a cor” e estava chorando. A mãe relata que ela apresentou manchas no corpo e dificuldade para respirar.
“Ela começou a ficar gelada, o pé gelado, a manchinha roxa na mão, os pés, e os olhos fechados”, disse. Assim voltaram ao Hospital Municipal, onde a mãe disse que a menina chegou a abrir os olhos, uma equipe médica a atendeu rapidamente e logo a comunicaram sobre a morte da criança. A Polícia Científica, em nota, disse que foi acionada para remoção do corpo por volta de 20h.
O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal Aristoclides Teixeira (IMLAT), de acordo com a Polícia Científica. Ainda informaram que foram solicitados “exames complementares, incluindo toxicológico e anatomopatológico”. Os laudos periciais serão emitidos assim que os exames forem concluídos, em até 10 dias, informaram (confira nota na íntegra abaixo).
Em nota, a Prefeitura de Itaberaí informou que “através da Secretaria Municipal de Saúde tem colaborado com as investigações e está à disposição para que os fatos sejam elucidados” (confira nota na íntegra abaixo). O jornal solicitou posicionamento ao Hecad, que não respondeu até a última atualização desta matéria.
“Como se trata de um caso sensível, com grande repercussão social, a investigação será sigilosa, justamente para preservar todos os envolvidos e evitar o maior dano possível. O que posso adiantar é que nenhuma linha de investigação é descartada”, afirmou a PC em nota enviada (confira nota na íntegra abaixo).
O Daqui não conseguiu confirmar informações sobre velório e sepultamento da menina até a última atualização desta matéria.
Notas na íntegra:
Polícia Científica
“Na data de ontem, por volta das 20h, a equipe da Polícia Científica foi acionada para a remoção do corpo de Aylla Lorena Conceição Santos, nascida em 19 de setembro de 2023.
O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal Aristoclides Teixeira (IMLAT), onde foram solicitados exames complementares, incluindo toxicológico e anatomopatológico, para esclarecer as circunstâncias do óbito. O caso permanece em investigação, e os laudos periciais serão emitidos assim que os exames forem concluídos.
Atenciosamente,
Olegário Augusto
Coordenador-Geral CCom/SPTC
Polícia Científica de Goiás”
Polícia Civil
“Como se trata de um caso sensível, com grande repercussão social, a investigação será sigilosa, justamente para preservar todos os envolvidos e evitar o maior dano possível. O que posso adiantar é que nenhuma linha de investigação é descartada.
A Aylla foi admitida no hospital municipal de Itaberaí, pela primeira vez, por volta das 19:00 da última quarta-feira (18/09). Nesse momento, estamos aguardando o resultado da perícia médica realizada pelo Instituto Médico Legal (IML) para sabermos a real causa da morte da Aylla.”
Delegacia de Polícia de Itaberaí
“A Polícia Civil do Estado de Goiás, por intermédio da Delegacia de Polícia de Itaberaí, apresenta nota pública à imprensa, e à comunidade em geral, acerca do caso envolvendo a criança Aylla Lorena, de 01 ano de idade.
A Delegacia de Itaberaí foi informada que a criança foi admitida no Hospital Municipal de Itaberaí e evoluiu a óbito na manhã desta quarta-feira (19).
A investigação está em andamento, com a realização das primeiras diligências necessárias à elucidação dos fatos, em especial, para apuração da real causa da morte da criança, o que será apontado pelos exames médicos que serão realizados.
A Polícia Civil reforça o compromisso com a busca pela verdade, e ressalta que os fatos estão sendo devidamente investigados.”
Prefeitura de Itaberaí
“Informamos que a Gestão através da Secretaria Municipal de Saúde tem colaborado com as investigações e está a disposição para que os fatos sejam elucidados. Sentimos muito pela perda da pequena Aylla e nos solidarizamos com a família nesse momento de dor.
Seguimos aguardando o parecer da investigação.”