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Menino do Acre volta para casa após cinco meses

Reprodução/Rede Amazônica Acre
Bruno Borges

O estudante de psicologia, Bruno de Melo Silva Borges, de 25 anos, voltou para casa nesta sexta-feira (11). A informação foi confirmada pelo pai do rapaz, o empresário Athos Borges.

Athos contou que Bruno está bem e a família aliviada com o seu retorno. Ele adiantou também que ele, a esposa, o jovem e os irmãos vão mudar de residência devido à quantidade de pessoas que vão até o local curiosas com a história do estudante.

O estudante estava desaparecido desde o dia 27 de março, quando foi visto pela última vez em um almoço de família.

Após o sumiço de Bruno, o quarto do rapaz ganhou destaque. O local sem móveis, com escritos impecáveis, com precisão e simetria, uma estátua do filósofo, teólogo, frade e escritor italiano Giordano Bruno (1548-1600), orçada em R$ 7 mil, símbolos gnósticos e 14 livros criptografados escritos por ele mesmo e identificados por números romanos.

O quarto de Bruno ficou trancado por 24 dias enquanto os pais viajavam de férias. Quando o pai do jovem, o empresário Athos Borges, retornou do trabalho e não encontrou o rapaz, ele abriu o quarto e viu as mudanças. "Eu entrei lá e não vi a cama, não vi nada, só vi aquilo tudo. Naquele momento eu vi que o Bruno tinha ido embora", disse Athos.

Durante as investigações, um amigo de Bruno foi preso por falso testemunho. Na casa do jovem Marcelo Ferreira, de 25 anos, foram encontrados contratos deixados por ele sobre a venda de seus livros e uma porção de maconha. De acordo com o delegado responsável pelo caso, Alcino Júnior, o rapaz mentiu e omitiu informações na primeira vez que foi ouvido. “Ele foi responsável por retirar a cama e o rack do quarto do Bruno. Agora  foi conduzido até a delegacia para ser ouvido novamente”, afirmou.

Os móveis do quarto do estudante desaparecido foram encontrados na casa de outro amigo, Mário Gaiote.

De acordo com o delegado, os contratos deixados por Bruno foram registrados em cartório no dia do seu desaparecimento. Nele, são destinados entre 5% e 15% dos valores arrecadados com as vendas dos livros para os amigos Marcelo Ferreira, Mário Gaiote e o primo, Eduardo Borges.

O delegado afirma que a Polícia Civil trabalha com a hipótese de que o desaparecimento foi um plano elaborado pelo estudante. “O contrato mostra que há prazo para divulgação desses livros, prazo para publicação, destinação de porcentagem para quem o ajudou, no caso, essas três pessoas que o ajudaram de imediato. Para nós, está muito claro isso", disse Alcino Júnior.

Em entrevista ao G1 do Acre, o delegado do caso disse que já entrou em contato com a família do jovem e que ele deve ser ouvido nos próximos dias.

O primeiro livro do Bruno foi publicado em 21 de julho e na semana seguinte já era um dos mais vendidos do País. A publicação 'TAC: Teoria do Conhecimento foi a 20ª mais procurada do gênero de não-ficção entre 24 e 30 de julho, segundo o site especializado Publishnews. Foram vendidos 465 exemplares, diz o site.

O livro é o primeiro das 14 obras criptografadas que Bruno deixou em seu quarto no dia do desaparecimento, além de mensagens nas paredes e uma estátua do filósofo italiano Giordano Bruno (1548-1600).

Reprodução/Rede Amazônica Acre
Paredes do quarto de Bruno
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