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Morador investigado por injúria racial contra porteira não comparece à delegacia, em Goiânia

Reprodução/ TV Anhaguera
Trecho do vídeo gravado pela vítima

Intimado, Vinícius Pereira da Silva não compareceu à delegacia para prestar depoimento na 8ª Delegacia Distrital de Goiânia, onde era esperado nesta terça-feira (20). Ele é investigado por injúria racial depois de ser filmado xingando a porteira de um prédio residencial no setor Jardim Goiás, em Goiânia, no último domingo (18).

A Polícia Civil (PC) investiga a denúncia de uma série de agressões verbais e ameaças proferidas pelo morador após a funcionária do condomínio não abrir o portão da garagem para o homem sem que ele se identificasse. “Grava, macaca! Chimpanzé! Chipanga! Me encara”, diz o homem no vídeo. Ainda na gravação, questionado pela porteira sobre a razão das ofensas, o agressor continuou: “Porque você não presta. Você é uma merda, abaixo de zero”. 

O delegado Gil Fonseca Bathaus, responsável pela investigação, relatou que a vítima e outras três testemunhas já foram ouvidas.. “Agora finalizaremos o inquérito, relataremos o ocorrido e encaminharemos à revelia para o Poder Judiciário e posteriormente ele poderá se defender. Ele será indiciado por injúria racial e ameaça”, relatou à rádio CBN Goiânia. A defesa relatou que o homem está com um problema de saúde e, por isso, não se apresentou na delegacia.

Segundo o investigador, se o suspeito tivesse sido encontrado dentro da situação de flagrante ele poderia ter sido preso. Caso seja condenado, a pena prevista é de um a três anos de prisão.

Gravação

À reportagem, a trabalhadora contou os momentos de susto nos quais pensou que seria agredida fisicamente. Parte das agressões foi gravada em vídeo pela mulher, o que não inibiu a atitude do morador.

A série de xingamentos teria ocorrido após a funcionária do condomínio não abrir o portão da garagem para o homem sem que ele se identificasse. “Ele não estava com o controle. Eu pedi que ele se identificasse, mas ele só falava ‘abre sua chimpanzé’”, conta a vítima, que não quis ser identificada na reportagem.

Após a abertura do portão, as agressões continuaram. Nervosa, a porteira pegou o celular para gravar os xingamentos. “Ele falou muito mais, eu estava tão abalada que estava tirando foto em vez de vídeo”, diz.

Segundo a vítima, foi a primeira vez que ela passou pela situação. A trabalhadora conta que soube por outros moradores que o homem tem histórico de agressividade.

“Era como se eu não fosse ninguém naquele momento. Ele me tratou como um animal, como se olhasse dentro da portaria e visse um bicho”, desabafa. Além das agressões verbais, o homem teria chegado a se identificar como policial e fazer ameaças de morte contra a vítima, diz ela. “Achei que ele fosse entrar na portaria”, relembra. Mesmo após o morador subir para o apartamento, uma série de novas ofensas se seguiu por telefone.

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