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Motorista indiciado por matar dois jovens no viaduto da T-63 dirigia carro de luxo a 148 km/h, concl

Divulgação/Polícia Civil
Foto mostra frente de carro e moto destruídos, em Goiânia, Goiás

Após o inquérito do acidente que causou a morte de dois jovens no viaduto da Avenida T-63, em Goiânia, ser finalizado, a Polícia Técnico-Científica informou que, no laudo pericial, ficou constatado que o motorista indiciado, Rubens Mendonça Filho, dirigia a 148 km/h no momento da batida (veja vídeo acima). Na ocasião, morreram o motociclista por aplicativo Leandro Fernandes Pires, de 23 anos, e o garupa, o David Antunes Galvão, de 21.

"Ele estava bem acima da velocidade permitida na via, [que era] de 50km/h. Ele estava transitando em torno de 148 km/h, 149 km/h", disse o gerente de criminalística adjunto, Régis de Moraes Félix.

Em entrevista coletiva realizada nesta quarta-feira (7), o gerente de criminalística ainda pontuou que essa alta velocidade com a qual o motorista trafegava na via desde antes de entrar no viaduto foi determinante para a "fatalidade" do acidente. Em depoimento à polícia, o médico já havia admitido estar acima do limite permitido da via.

"Ele já estava em alta velocidade antes de chegar no viaduto. A velocidade alta foi confirmada pelos laudos periciais e corroborada posteriormente pela leitura do módulo do veiculo, que é como se fosse uma caixa preta existente dentro dele", completou o gerente.

Carro que bateu contra motos e causou morte de dois jovens estava em alta velocidade e chegou a ‘voar’ no topo do viaduto da T-63, dizem testemunhas

Para determinar a velocidade do veículo, o gerente explica que inicialmente foi feita a coleta dos vestígios no local do acidente para análise. Em seguida, também foram feitos exames de fotogrametria por uma sessão de áudio e imagem. Ele explica que, nesse exame, são comparadas fotografias com imagens das câmeras de segurança que foram coletadas no dia do acidente.

Segundo ele, a estimativa de velocidade calculada pela sessão de áudio e imagem e pela perícia de trânsito mostraram que o motorista indiciado não acionou o freio em nenhum momento da subida e descida do viaduto.

"Ele só vai acionar o freio no momento da colisão", disse Régis de Moraes Félix.

O gerente ainda pontuou que, a partir da perícia, foi possível perceber que o carro do motorista "perdeu o contato" com o solo em dois momentos. "Ele teve dois momentos de perda de contato com o asfalto em virtude da alta velocidade, que fez com que ele perdesse o contato e o controle do carro", complementou Régis.

Indiciamento por homicídio e lesão corporal

O acidente aconteceu no Setor Bueno, na noite do dia 20 de abril. De acordo com a Delegacia de Investigação de Crimes de Trânsito (Dict), a colisão aconteceu quando um carro que seguia pela avenida perdeu o controle da direção e bateu contra uma motoneta, que contava com duas mulheres. A condutora precisou ser encaminhada a uma unidade de saúde da capital.

O médico Rubens Mendonça Filho, que dirigia o carro que bateu contra as motos, foi indiciado pelo crime de homicídio doloso (duas vezes) em relação aos dois jovens que morreram no acidente. Ele também foi indiciado por lesão corporal simples e lesão corporal grave contra duas pessoas que ficaram feridas.

Defesa

O escritório de advocacia Edemundo Dias, que faz a defesa do do motorista indiciado Rubens Mendonça Filho, relatou por meio de nota que recebeu a conclusão do inquérito, mas que vai se pronunciar apenas após a avaliação técnica das provas apresentadas e, principalmente, dos laudos periciais. A defesa também informou que buscou contato com os familiares das vítimas do acidente, Leandro Fernandes Pires, David Antunes Galvão e Wanderlyne Gomes dos Reis.

As vítimas 

Motociclista por aplicativo Leandro Fernandes Pires, de 23 anos, e do garçom David Antunes Galvão, de 21 anos, morreram em acidente no viaduto da Avenida T-63, em Goiânia Goiás. (Reprodução/Redes Sociais )

O motociclista por aplicativo Leandro Fernandes Pires, de 23 anos, trabalhava na categoria há cinco dias como uma forma de ganhar uma renda extra, segundo o irmão da vítima, Eduardo Fernandes.

"Ele estava trabalhando para sustentar a casa e acabou morrendo pela irresponsabilidade de terceiros. Jamais imaginamos que isso poderia acontecer, um rapaz novo, trabalhador. Vamos correr atrás, não pode ficar assim não”, contou Eduardo.

O passageiro David Antunes Galvão, de 21 anos, era garçom de um restaurante, em Goiânia. Segundo a família do rapaz, David voltava para casa após o expediente quando sofreu o acidente.

"Ele era um rapaz muito novo que tinha apenas sonhos. Começou a trabalhar em um restaurante há pouco mais de um mês e estava voltando para casa", conta a irmã

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