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Motoristas insistem em erros na Praça Cívica, em Goiânia

Wildes Barbosa
Contenção de concreto na Praça Cívica é vista por especialista como fator de risco para condutores

As ações dos motoristas nas contenções feitas pela Prefeitura de Goiânia nos cruzamentos da Praça Cívica, Setor Central, com as avenidas 83, 84 e 85 têm atrapalhado a fluidez de quem trafega na região. Recentemente, a Secretaria Municipal de Mobilidade (SMM) reforçou a sinalização das faixas no local, orientado os motoristas a seguir a direção determinada, de modo que os veículos à direita deveriam, obrigatoriamente, fazer a conversão nesse sentido, e os demais devem seguir pela praça. No entanto, a orientação não é seguida pelos condutores, que acabam fazendo a mudança das faixas já na entrada dos cruzamentos e prejudica a continuidade dos trajetos.

Na tarde desta segunda-feira (14), por exemplo, um taxista pegou a faixa da direita ao sair da Avenida 85 para a Praça Cívica e lá continuou. Ao chegar no cruzamento com a Avenida 84, com a intenção de seguir na praça, ele teve de atrapalhar os condutores que seguiam pela faixa central, conforme indicava a sinalização, para entrar no local, e também quem estava à direita, que não conseguia fazer a conversão enquanto o taxista não entrasse no espaço. Isso ocorre porque a contenção feita de concreto fecha o espaço de quem usa a faixa da direita de seguir adiante e, também, tira o espaço de conversão de quem está na faixa central, permitindo a entrada de apenas um veículo por vez nas avenidas.

Engenheiro especialista em trânsito e professor do Instituto Federal de Goiás (IFG), Marcos Rothen conta que passou pela Praça Cívica nesta segunda-feira (14). Segundo ele, o uso de concreto para sinalização desse tipo cria uma situação de risco. “Caso fosse muito necessária, deveria ser antecipada de uma sinalização de advertência, o que não foi feito. Essa situação acontece em outros locais onde eles colocam blocos de concreto para interditar uma via ou parte dela, já temos registros até de acidentes fatais.”

Rothen explica que para ordenar o tráfego devem ser utilizadas faixas horizontais. “A sinalização utilizada no local com concreto não é facilmente visível por parte dos motoristas, o que é uma falha grave. Ainda é mais grave durante a implantação não ter uma sinalização chamativa para orientar os motoristas”, reforça. Ele complementa que a sinalização horizontal que define os movimentos permitidos em cada faixa deve, obrigatoriamente, ser acompanhada de sinalização vertical de regulamentação. “A sinalização horizontal é complementar, pois nem sempre é visível. Por exemplo, se tiver alguns carros na frente do motorista a sinalização horizontal ficará encoberta”, ressalta.

Comportamento do motorista

O diretor de trânsito e técnico da SMM, Horácio Ferreira, afirma que o local está sinalizado corretamente, com placas aéreas e sinalização horizontal. Para ele, a situação demonstra o comportamento peculiar do motorista em não se manter na faixa que ele quer, buscando sempre um espaço que ele acredita dar mais fluidez. “O goianiense quer mudar de faixa o tempo todo, mas o trânsito não funciona assim. Tem de ficar na faixa. Além disso, não aceita as rotas alternativas propostas pelo poder público. Tem o hábito de andar naquele trajeto e não aceita mudar”, diz.

Ele afirma isso com base na criação do anel da Rua 94, que ainda não tem sido a opção mais utilizada pela população. Ferreira confirma com o uso de contenções e moderadores na Praça Cívica tem relação com uma política de reduzir a quantidade de veículos no local, para que usem o anel da 94 ou outras rotas. “Além disso, é uma região com muitos pedestres, pelos órgãos públicos, escola, cinema e a própria praça. Os moderadores servem para estimular as pessoas a procurarem outras rotas.” Rothen não vê justificativa para tantas restrições no entorno da Praça Cívica, que é uma importante ligação para vários bairros da cidade.

Outro problema no local tem sido o uso indevido do anel interno por parte de veículos particulares, que também ficam estacionados no entorno da praça. Ferreira reforça que a prática é proibida desde setembro do ano passado, quando o espaço foi reaberto após fim das obras da pista para o BRT Norte-Sul. O diretor da SMM afirma que veículos são autuados diariamente no local, tanto em relação ao estacionamento, que ocorre especialmente nas proximidades do Palácio Pedro Ludovico Teixeira, como pela circulação no anel interno, que atualmente é permitido apenas aos ônibus do transporte coletivo.

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