Depois de um casamento realizado na UTI do Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), agora tivemos mais uma prova de amor no maior estilo "na saúde e na doença".
A trabalhadora rural Diulli Fernanda Alves de Oliveira, de 27 anos, pediu o companheiro Wanderley Cairo de Faria, de 38 anos, em casamento. Ele está internado na Unidade de Terapia Intensiva do Centro de Referência em Assistência a Queimados do Hospital Estadual de Urgências da Região Noroeste de Goiânia Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol), após ter o corpo queimado em uma explosão na granja em que trabalhava, em Rio Verde.
No dia de visita, Diúlli Fernanda surpreendeu Wanderley, com quem já mora junto e tem uma filha de seis anos, além de estar grávida do segundo filho, ao levar um par de alianças para pedi-lo em casamento. Ele, mesmo em estado grave e respirando por aparelhos, ficou muito emocionado e aceitou o pedido.
Após o acidente, ela não pensou duas vezes e sentiu que era hora de formalizar a união que já completa quase uma década. “Pedi ele em casamento porque ele é o amor da minha vida e é a pessoa com quem quero envelhecer junto – ele foi um presente na minha vida”, e complementa: “Esse é um momento muito delicado para nós. Tudo aconteceu tão de repente, em um momento em que estávamos muito felizes, pois tínhamos descoberto minha gravidez recentemente, então decidi pedir ele em casamento pra mostrar o quanto eu o amo e provar pra ele que não importa o jeito que ele esteja – eu o amo e quero viver o resto da minha vida com ele”.
A psicóloga hospitalar do Hugol, Giselli Batista Alvez, explica que “isso mostra que a UTI também é recomeço, uma oportunidade de construir novos sonhos. Esse acontecimento trágico foi um gatilho para que eles realizassem esse desejo, tirando o foco do adoecimento para possibilitar a melhoria psicossocial do paciente e de toda a família”.
A agora noiva disse que o casamento acontecerá “assim que ele estiver em condições de poder assinar os documentos. Se demorar pra ele sair do hospital, a cerimônia pode ser na unidade mesmo – será um prazer me casar com todos os profissionais de saúde como testemunhas”.
Diúlli Fernanda narra que o que tem aprendido com tudo isso é que “às vezes não damos valor nas pequenas coisas da vida como um 'bom dia', um 'eu te amo'; passamos tanto tempo reclamando das coisas que esquecemos de perceber o quanto é bom estar ao lado das pessoas que a gente ama. Às vezes esquecemos de agradecer a Deus pelas pequenas coisas do dia, pelo simples fato de poder acordar todos os dias e ter o privilégio de ver o sol brilhar. Esquecemos que nas pequenas coisas está a grande diferença de ser feliz”.