Geral

Município articula passar Maternidade Dona Iris para o Estado

Wildes Barbosa
Unidade de saúde na Vila Redenção passaria a atender apenas casos de alta complexidade

Hoje sob responsabilidade da Prefeitura de Goiânia, o Hospital e Maternidade Dona Iris, na Vila Redenção, deve passar para o Estado. O anúncio foi feito pelo secretário Municipal de Saúde, Wilson Pollara. Ele está no cargo há pouco mais de dois meses. 

A intenção é que a unidade cuide somente dos casos de alta complexidade. Os partos e atendimentos ambulatoriais devem ser redistribuídos na rede municipal. De acordo com Pollara, as conversas com o governo estadual estão ocorrendo. “Estamos conversando. Eu fiquei responsável por fazer justamente essa transição. Os partos vão para a (Maternidade) Célia Câmara, e o ambulatório vai para a UPA Dr. Paulo Garcia [localizada na Chácara do Governador]. A hora que (a Dona Iris) tiver só o atendimento de alta complexidade, passo para ele”, disse Wilson, se referindo ao secretário de Estado de Saúde, Sérgio Vencio.

Ao jornal, Pollara insiste em dizer que não existe dívida com a Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc), que administra as três maternidades da capital, mas sim um “fluxo de caixa”. Entretanto, ele admite já ter repassado R$ 55 milhões à organização que administra as maternidades da capital. Segundo ele, os repasses mensais à Fundahc foram renegociados. 

“Em setembro, pagamos R$ 17 milhões. Outubro, R$ 17 milhões. Novembro, R$ 10 milhões. Em dezembro, R$ 10 milhões até agora. Vão ter mais (pagamentos). Tem algumas coisas, mas estamos pagando tudo. Não é dívida. Por exemplo, fornecedores, estamos com um mês (de atraso). Estávamos com três”, explicou, para emendar: “Não existe uma dívida. É o fluxo de caixa isso aí. Nunca será no mês. Nunca vamos pagar tudo dentro do mês. Ninguém faz isso no mundo inteiro. Está todo mundo confortável, trabalhando. Ninguém está reclamando”, explica. Pollara diz que ainda faltam R$ 12 milhões e que até março do ano que vem tudo estará resolvido.

OBRAS

Wilson Pollara afirma ainda que a prefeitura vai dar andamento à construção de 12 unidades de saúde no próximo ano. “Está vindo uma nova licitação. O problema é o seguinte: queria fazer com que cada empresa pegasse uma (obra) para ser rápido. Fui ao Tribunal de Contas para saber se era possível. Eles dizem que não, que o que posso fazer é uma licitação com 12 lotes. Agora, se uma construtora pegar um lote e quiser pegar outro, vai poder pegar. O edital deve sair em janeiro”. 

Sobre o Corujão da Ultrassonografia, o secretário diz que os exames começarão no início do próximo ano. “Os pacientes com tempo de espera entre 61 e 180 dias começarão a ser atendidos a partir de 6 de janeiro de 2024. Fizemos um levantamento para definir esses 19 mil (pacientes que esperam entre 62 e 180 dias) que precisam do exame. Eles estão indo para os hospitais particulares. Já vão fazer o exame”, informa. 

DIFICULDADES

O secretário Municipal de Saúde reconhece deficiências na rede, mas enfatiza que tem trabalhado para saná-las e critica postura de médicos que entraram em greve recentemente. Na última semana, os médicos da pasta fizeram uma paralisação de 24 horas. Eles argumentam sobrecarga de trabalho, além da falta de infraestrutura, insumos e remédios. “Reconhecemos as deficiências. Mas não é do dia para a noite que resolvemos. Primeiro, compramos tudo que tinha que comprar. Hoje, o estoque está completo de insumos. Temos 35 unidades revitalizadas e medicamentos”, diz. 

Sobre os médicos, Pollara diz que os profissionais queriam mudar a quantidade de consultas, o que teria sido atendido. “Eles estavam reclamando que queriam atender duas consultas por hora e não quatro. Aceitamos. Eles são contratados como pessoas jurídicas. Querem férias, décimo terceiro e dar atestado como se fossem CLT. Não dá. Agora, pensa bem, o médico que faz greve e deixa de atender um paciente, não tinha que ser médico.” 

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