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Municípios de Goiás vetam festas no carnaval

Wildes Barbosa
Na cidade de Goiás, que normalmente recebe muita gente no carnaval, não haverá ponto facultativo

Diante do quadro preocupante na saúde pública em razão do avanço do número de casos de Covid-19 em todo o território goiano, o período de carnaval deve atrair um número menor de viajantes para o interior do Estado.

Grande parte de prefeitos dos municípios com tradição turística cancelou eventos alusivos à data e deve seguir o decreto nº 9.803, do governador Ronaldo Caiado, que restringe o comércio e o consumo de bebidas alcoólicas em locais de uso público ou coletivo.

Em Caldas Novas, segundo o secretário de Administração, Rodrigo Brum, ainda prevalece o decreto do prefeito Kleber Luiz Marra, de 27 de janeiro, que proíbe o comércio de bebidas alcoólicas das 22 horas às 6 da manhã em qualquer lugar.

Nem mesmo entrega domiciliar pode ser feita. A ocupação hoteleira fica restrita a 70%, locações em condomínios a 50% e festas e eventos só podem ocorrer se houver o alvará Covid-19 emitido pela Vigilância Sanitária.

“A cidade não está fechada, mas estamos avaliando o número de casos de Covid-19 e a questão dos leitos para definir o que será feito em relação ao carnaval. Não queremos tomar decisões precipitadas. Hoje (segunda-feira, 1º), por exemplo, os hotéis estão vazios.”

Brum disse que qualquer decisão específica em relação ao carnaval será tomada depois de ouvir um comitê local, formado por representantes públicos e pessoas da comunidade a profissionais da saúde e empresários. No ano passado a cidade recebeu mais de 140 mil pessoas.

Na cidade de Goiás, antiga capital, o prefeito Aderson Gouvea, a exemplo do decreto estadual, cancelou oficialmente o ponto facultativo de carnaval, sem nenhum tipo de evento.

Na segunda e terça-feira, 15 e 16 de fevereiro, haverá expediente normal na administração local. Além da proibição de venda de bebidas alcoólicas após as 22 horas, o comércio deve fechar as portas até as 22h30. Nos dias 13 e 14 haverá barreiras sanitárias nas entradas da cidade. Casas não podem ser locadas e estabelecimentos hoteleiros devem limitar a 50% a ocupação.

Pirenópolis, que costuma atrair muitos turistas do Distrito Federal, também cancelou oficialmente o carnaval.

O prefeito Nivaldo Antônio de Melo (PP), em decreto do dia 29 de janeiro, definiu pela proibição do comércio de bebidas entre meia-noite e 6 horas. O Guia de Prevenção da Covid-19, divulgado em janeiro, define que a rede hoteleira pode funcionar com 80% de sua capacidade, o mesmo valendo para os locais que possuem atrativos naturais, como cachoeiras.

De acordo com a Secretaria de Saúde do município, as determinações podem ser alteradas caso haja necessidade.

Em Aruanã, o principal portal de entrada ao Rio Araguaia pelo lado goiano, o prefeito Hermano de Carvalho (PSDB) não esconde a preocupação com a situação da pandemia. “Ainda não definimos nada, mas devemos seguir o decreto do governador Ronaldo Caiado. Não podemos impedir a entrada de turistas, mas sabemos que o perigo é iminente.”

A expectativa do prefeito é de que haja reforço nas equipes de segurança, por parte do governo estadual, para impedir que aglomerações ocorram no município.

Em Três Ranchos, a secretária de Saúde Michele Marangoni informou que a preocupação maior é com a falta de leitos, já que o município depende de Catalão e Goiânia para receber pacientes. “Aluguéis de imóveis já estão proibidos e vamos soltar uma nota oficial cancelando o carnaval”, afirma.

Em Goianésia, no Vale do São Patrício, que em anos normais costuma receber 50 mil pessoas em cinco dias de folia, o prefeito Leonardo Menezes publicou decreto proibindo qualquer evento que leve à aglomeração de pessoas entre 12 e 17 fevereiro.

A determinação vale também para atrações em bares e música ao vivo. No sul do estado, em São Simão, a prefeitura vai seguir o decreto estadual, mas no dia 16, terça-feira de carnaval, não haverá expediente. Na cidade o acesso à praia do Lago Azul está embargado.

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