Geral

Não vacinados são 88% das mortes por Covid-19 em Goiânia

Wesley Costa/O Popular
Van da vacinação itinerante, em frente ao Estádio Antonio Accioly

Um balanço da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia, ao qual O POPULAR teve acesso, mostra que uma maioria expressiva das pessoas que morreram em decorrência da Covid-19, em 2021, na capital, não estava vacinada. Feita em parceria com a Vital Strategies, organização global composta por pesquisadores e especialistas de várias áreas, o cruzamento de dados mostra que 88% dos óbitos ocorreram em quem não havia completado o ciclo vacinal básico (duas doses, se Coronavac, Pfizer ou AstraZeneca; uma dose, se Janssen). São 2.711 mortes em um universo de 3.081.

Entre as 3.081 pessoas que morreram com Covid-19 e que fazem parte do rastreamento, 2.347 não haviam recebido nem mesmo a primeira dose de vacina de prevenção à doença. Outras 364 haviam tomado a primeira dose e 367 completaram o ciclo básico. Três moradores da capital que receberam a terceira dose, a de reforço, também faleceram por causa do coronavírus Sars-CoV-2.

É possível, ainda, acompanhar como a doença se comportou entre o público vacinado e não vacinado, de acordo com a faixa etária. Até os 12 anos de idade, por exemplo, houve uma morte notificada. A vítima não havia se vacinado, pois não há aprovação de qualquer imunizante para esta faixa etária no Brasil. Dos 12 aos 19 anos, as quatro pessoas que morreram com Covid-19 também não haviam recebido nem a primeira dose, apesar de já haver imunizante disponível. Já na faixa acima dos 80 anos, que é a mais vulnerável, 76% das mortes foram registradas entre quem não tinha o ciclo completo.

Até o momento, apenas técnicos da Prefeitura e parte do setor produtivo tiveram acesso a estes dados, que foram apresentados a empresários durante as discussões para elaboração do programa VacinAção, que começou no sábado passado, com posto itinerante de vacinação. De acordo com o secretário de Saúde de Goiânia, as informações demonstram a importância da ampliação da cobertura vacinal, especialmente no público que não retornou para a segunda dose.

Pedroso cita que o pico de mortes por Covid-19 em Goiânia ocorreu no dia 15 de março, quando foram registrados 55 óbitos. No mês de março inteiro, foram cerca de 600. “Os números vão diminuindo de acordo com o avanço da vacinação”, diz. De acordo com o secretário, o maior impacto foi sentido em outubro. “A evolução (da proporção de mortes entre vacinados e não vacinados) é nítida”, reforça.

O levantamento da Vital Strategies não dividiu a efetividade da vacinação em relação às marcas. Pedroso, no entanto, ressalta que todas têm cumprido a função. Ele lembra que a campanha começou com a Coronavac e com as pessoas mais idosas, além de profissionais da saúde. “Achava-se, inicialmente, que os jovens não eram vulneráveis”, lembra o secretário. Mas o avanço da cobertura vacinal entre os idosos fez a proporção de jovens entre os casos fatais aumentar.

Atualmente, de acordo com Pedroso, há uma tendência de estabilidade tantos nas internações quanto nos óbitos por Covid-19 em Goiânia, apesar “de algumas flutuações” provocadas pelo delay no abastecimento do banco de dados. O último boletim epidemiológico da SMS, divulgado na tarde desta quinta-feira (9), registrou oito mortes e 242 novos casos de Covid-19 em Goiânia.

 

Cobertura da 2ª dose preocupa secretaria

Os dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia mostram que a vacinação, especialmente com o ciclo completo, impactou diretamente nos números de morte e óbitos. Porém, a cobertura vacinal em Goiânia ainda deixa a desejar. Até a terça-feira (7), 1,1 milhão de pessoas haviam recebido a primeira dose; 941,9 mil tomaram duas e 161 mil, a terceira. A cobertura era de 73% da população geral com uma dose, 62% com duas e 10% com a terceira.

Para aumentar a cobertura, a SMS lançou, na semana passada, a campanha VacinAção, que tem pontos itinerantes que se somam aos 61 postos fixos. Até a quarta-feira (8), a campanha havia alcançado 13 mil pessoas. A dose de reforço, ou terceira dose, está disponível para os adultos e é feita com a vacina da Pfizer, aprovada para essa finalidade. A meta da SMS é chegar a 70% de cobertura com a segunda dose até o fim do ano.

Além de ampliar a cobertura, a SMS se preocupa com o monitoramento da nova cepa do coronavírus, a ômicron. De acordo com o secretário Durval Pedroso, a pasta faz a genotipagem dos vírus que circulam em Goiânia. Os exames mostram que, atualmente, a variante delta representa quase a totalidade dos casos na capital.


Reforço da Janssen chega, mas apenas para Goiânia e Aparecida

Goiânia e Aparecida de Goiânia iniciam, nesta sexta-feira (10), a aplicação da dose de reforço da vacina Janssen contra a Covid-19. Apesar de 150 mil pessoas em Goiás terem recebido o imunizante, apenas 17 mil unidades chegaram ao estado esta semana.

Em Goiânia, 27 mil pessoas receberam a Janssen. Mas, a remessa entregue na quinta (9) tinha 11,2 mil doses. Elas estarão em 18 pontos, das 8 horas às 17 horas. 

Aparecida de Goiânia recebeu 6,3 mil doses, apesar de ter aplicado a Janssen em 16,7 mil pessoas. A vacinação será realizada na Cidade Administrativa e na Central de Imunização.Tanto na capital quanto na cidade vizinha, é preciso levar o comprovante da primeira dose, documentos pessoais e ter cinco meses da primeira aplicação.

Comentários
Os comentários publicados aqui não representam a opinião do jornal e são de total responsabilidade de seus autores.
ANUNCIE AQUI