Geral

Obras deixam Goiânia com 5 unidades de saúde fechadas

Fábio Lima
Ciams Pedro Ludovico está fechado, com obra totalmente parada: trabalhos suspensos desde novembro de 2023

JOÃO GABRIEL PALHARES

Cinco unidades de saúde da rede pública da capital se encontram fechadas ao atendimento da população, quatro delas com obras em andamento e uma com execução paralisada por questão contratual. A Unidade de Saúde da Família (USF) Condomínio das Esmeraldas, na região sudoeste de Goiânia, é a que deve ser entregue mais rapidamente: está com 90% das intervenções necessárias realizadas e, segundo a previsão da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), a revitalização deve ser concluída em 15 dias.

Fechados desde o início da atual gestão, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Guanabara e o Centro de Referência em Ortopedia e Fisioterapia (Crof) estão com as obras dentro do cronograma previsto para execução, conforme a SMS. Além dessas, a pasta informou ao jornal que o Centro de Atenção Integrada à Saúde (Cais) Amendoeiras também está “parcialmente fechado para revitalização”. Todas as unidades tiveram os seus usuários direcionados para outros pontos.

Em passagem pelo Condomínio das Esmeraldas, a reportagem constatou nesta quarta-feira (10) que a unidade está totalmente fechada, tendo seus serviços direcionados a outros pontos da rede municipal. Para a reabertura da USF é preciso que seja instalado um drywall, material utilizado para fechar os consultórios até o teto, estrutura que não havia antes no local.

Segundo uma moradora da região, por conta do fechamento, há dois meses, três filhos com idade entre 2 e 5 anos estão sem tomar as vacinas de rotina. A comerciante diz que, antes mesmo do fechamento para obras, já encontrava dificuldades para realizar a aplicação por “falta de material”. Apesar do remanejamento temporário da vacinação para o Residencial Itaipu, a mulher diz que enfrenta dificuldades para levar os filhos ao local devido à distância das unidades.

A deliberação da reforma na unidade foi realizada após audiência, no dia 7 de maio, pela 53ª Promotoria de Justiça de Goiânia. A decisão teria ocorrido após a constatação, pela Vigilância Sanitária, da necessidade de saneamento de irregularidades emergências. À época, a SMS teria o prazo de 20 dias para concluir os reparos indicados.

Cerca de um mês depois, foi constatado pela promotoria que 90% das intervenções necessárias já teriam sido efetivadas, sendo remanescente apenas o drywall dos consultórios médicos; a pintura das janelas e portas; o assentamento de pia nos consultórios médicos; e a instalação do compressor de odontologia na área externa. Diante da situação, foi acordado pelo Ministério Público o prazo de dez dias para conclusão. Uma nova vistoria seria marcada quando a unidade já estivesse pronta e em pleno funcionamento.

Apesar da informação, a promotoria pretende realizar uma nova vistoria no local na próxima quarta-feira (17). Ainda nesta semana houve a informação de que o diretor responsável pela obra informou ter realizado uma reunião para que a empresa executante agisse com “celeridade”.

Ciams Pedro Ludovico

A unidade que se encontra fechada e com obra totalmente parada é o Centro Integral de Atendimento Municipal (Ciams) do Setor Pedro Ludovico. O local já havia sido motivo de reportagem do jornal em março, que relatou que os trabalhos estavam parados desde novembro de 2023. À época, a SMS declarou que as obras haviam sido suspensas com a empresa contratada por “descumprimentos de cronograma de execução” e “falta de financiamento como previa o contrato”.

Nesta quarta-feira (10), a SMS, por meio da assessoria, afirmou que as obras “devem ser retomadas nos próximos dias” e que o trabalho será concluído “ainda nesta gestão”. A nota da secretaria acrescentou também que “somente neste gestão a Prefeitura já revitalizou 67 unidades de saúde”. São “unidades que estavam há anos sem receber manutenção adequada”, concluiu a nota.

(João Gabriel Palhares é estagiário do GJC em convênio com a UFG)

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