Em um mês, as obras de revitalização das pistas do transporte coletivo da Avenida Anhanguera só andaram cerca de 600 metros. O serviço iniciado em junho passado tinha a previsão de requalificar o asfalto de todo o Eixão, somando 28 quilômetros (km), até o final de novembro, em cálculo que leva em consideração as duas mãos da via central. No entanto, com o realizado até então, soma-se cerca de 7,6 km, entre a Praça da Bíblia, no Setor Leste Universitário, e a Praça Dr. Abraão Rassi, em frente ao Hospital Estadual Alberto Rassi (HGG), no Setor Oeste.
A Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinfra) informa que as obras estão em andamento, mesmo que em ritmo mais lento. Em outubro, por pelo menos dez dias, o maquinário que realizava o serviço ficou parado na Praça das Mães, também no Setor Oeste. Na ocasião, a Seinfra informou que “em todo o período de virada de mês existe uma reprogramação de valores de insumo das empresas que fornecem a matéria prima, a base de petróleo”. Havia a promessa de normalização da situação ainda na primeira semana do mês passado para o reinício da obra, mas ainda assim, o trabalho andou pouco de lá para cá.
O novo titular da Seinfra, Denes Pereira, que desde a semana passada acumula o cargo com a de secretário da Secretaria Municipal de Administração (Semad), afirma que o problema de aquisição do material, que é um Concreto Betuminoso Usinado a Quente (CBUQ), continua, o que tem prejudicado o andamento da obra. No entanto, ele explica que a Seinfra prepara uma solução para a situação para os próximos dez dias, quando então haverá matéria prima suficiente para dar um andamento mais célere ao trabalho. Outro problema alegado é a antecipação do período chuvoso, o que prejudica a normalidade do cronograma.
“É um período pré-chuva, então todo mundo foi atrás desse material antes para conseguir fazer os serviços em outras obras particulares. Acaba que a procura foi muito grande e fica difícil de encontrar no mercado, dificultou para a gente. Mas estamos pensando em uma solução para resolver isso nos próximos 8 ou 10 dias de vez”, argumenta Pereira, mesmo sem antecipar qual seria a solução que vem sendo planejada pelo Paço. Ele reforça ainda que, de todo modo, as obras estão andando e não ficaram paradas nesse período. Segundo a Seinfra, já foram gastos 3.108 toneladas de massa asfáltica, um investimento total de R$ 1.818.180.
Até o começo de outubro, haviam sido gastos 2.100 toneladas de massa asfáltica na obra, conforme o informado pela Seinfra na ocasião. Ao todo, a previsão é que sejam utilizados até 9,660,51 toneladas de CBUQ na pista central da Avenida Anhanguera. Os trabalhos de requalificação da pista dos ônibus do Eixão ocorrem de forma direta, ou seja, os próprios servidores da Seinfra é quem tem realizado o serviço, que consiste na reconstrução de toda a capa asfáltica e ainda realiza o nivelamento do pavimento de algumas estações de embarque e desembarque de passageiros, o que já ocorreu nas denominadas Universitária e Botafogo.
Ainda faltam ser feitos os trechos da Praça Abraão Rassi até o Terminal Padre Pelágio, no Setor Ipiranga, e do Terminal Praça da Bíblia ao Terminal Novo Mundo. Válido lembrar que o serviço é realizado após decisão judicial favorável da juíza Patrícia Carrijo em ação da Metrobus, detentora da concessão para operar o sistema de transporte coletivo metropolitano no Eixo Anhanguera e suas concessões. A disputa ocorria com a empresa cobrando da Prefeitura de Goiânia a manutenção do asfalto da via, que no entendimento dos técnicos da Metrobus era o principal responsável pelos problemas mecânicos apresentados constantemente pela frota de ônibus. O Paço entendia que a manutenção seria da própria Metrobus, por ser a concessionária da linha.
A Justiça deu ganho de causa à empresa, obrigando o Paço Municipal a manter o corredor de ônibus em boas condições. A disputa foi iniciada ainda em 2018 e neste período houve deficiência no cumprimento de viagens por parte da Metrobus com a redução da frota. No primeiro semestre deste ano, a concessionária publicou edital para contratação de 114 novos ônibus, que serão elétricos. O processo foi questionado, primeiramente pelo Ministério Público do Estado de Goiás, adiando a abertura para junho, quando então foi suspenso pelo Tribunal de Contas do Estado de Goiás (TCE-GO). Em razão disso, houve um acordo operacional com outras concessionárias para incremento da frota com 60 ônibus.
Em outubro, após acordo com a Metrobus, o edital será atualizado, com a previsão de publicação em dezembro. O Estado de Goiás, que detém a maior parte das ações da empresa, estima que os novos ônibus devem começar a operar no mês de abril. No entanto, ainda não há um cronograma da chegada dos veículos. No edital anterior, o documento previa que cerca de 14 ônibus já estariam em operação neste segundo semestre de 2022.
Novo cronograma vai até junho
A Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinfra) vai realizar a requalificação asfáltica da pista central da Avenida Anhanguera até o mês de junho do ano que vem. Inicialmente, o acordo judicial feito com a Metrobus era de finalizar toda a revitalização do Eixo Anhanguera até novembro deste ano. Há um mês, já havia a divulgação de mudança nesta programação. Na ocasião, o trecho entre os terminais Praça da Bíblia e Padre Pelágio seria entregue na data inicial, enquanto que da Praça da Bíblia ao Terminal Novo Mundo seria realizado a partir do primeiro semestre de 2023, dividindo a obra em duas etapas.
Agora, a Seinfra realiza um novo cronograma e divide a obra em três etapas. Desta forma, fica prometido até dezembro deste ano a requalificação asfáltica do Eixão entre a Praça da Bíblia e o Terminal Praça A, no Setor Campinas. Válido lembrar que, no momento, as obras estão prontas apenas até a Praça Abraão Rassi, no Setor Oeste. A segunda etapa da obra seria entre os terminais Praça da Bíblia e Novo Mundo, no sentido Goiânia a Senador Canedo, o que é estimado para ficar pronto até março do ano que vem.
A terceira e última etapa da obra, entre os terminais Praça A e Padre Pelágio, seria iniciada a partir de março e com a previsão de finalização até junho de 2023. Segundo a Seinfra, faltam 7.736 toneladas de massa asfáltica para concluir, com custo de R$ 4.525.560. O secretário da Seinfra, Denes Pereira, afirma que as obras vão seguir mesmo com o período chuvoso deste final de ano.