A Oropouche é uma doença transmitida pelo mosquito-pólvora, também conhecido como borrachudo ou maruim, que se reproduz principalmente em plantações de banana. Segundo a Ministério da Saúde, os sintomas são muito parecidos com os da dengue e da chikungunya, como febre, dores de cabeça, nas articulações e atrás dos olhos. Em Goiás, segundo a Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO), não há casos confirmados da doença em 2024 e nem em anos anteriores.
O inseto transmissor é muito pequeno, tem coloração preta e sua larva gosta de ambientes úmidos, como as folhas de bananeiras que ficam dobradas no chão e tronco de plantas. De acordo com dados do Instituto Oswaldo Cruz, o mosquito-pólvora mede cerca de 1,5 milímetros, podendo atingir 3 milímetros, e a picada costuma ser muito dolorosa.
Os registros do Ministério da Saúde apontam que um quadro clínico mais grave pode levar uma pessoa à morte quando acomete o sistema nervoso central, provocando uma meningoencefalite, especialmente em pacientes com imunidade baixa. Ainda há relatos de manifestações hemorrágicas.
Quais são os sintomas?
- Febre súbita (que vai e volta);
- Dor de cabeça intensa;
- Dor muscular;
- Dor nas articulações;
- Tontura;
- Dor atrás dos olhos;
- Calafrios;
- Sensibilidade ou intolerância à luz;
- Náuseas;
- Vômitos;
- Diarreia;
- Mancha vermelha no local da picada;
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico é clínico, epidemiológico e laboratorial, ou seja, a população precisa procurar uma unidade de saúde caso perceba os sintomas descritos acima.
O Ministério da Saúde alerta que todo caso com diagnóstico de infecção pelo Oropouche deve ser notificado, visto que a doença tem potencial epidêmico e de alta capacidade de mutação, podendo se tornar uma ameaça à saúde pública.
Infelizmente, ainda não existe tratamento específico. A recomendação é que os pacientes devem permanecer em repouso, com tratamento sintomático e acompanhamento médico.
Transmissão da Oropouche
Como dito no início desta matéria, a transmissão da Oropouche acontece por meio da picada do mosquito-pólvora. Depois de picar uma pessoa ou animal infectado, o vírus permanece no inseto por alguns dias. Quando o inseto pica uma pessoa saudável, pode transmitir o vírus.
No ciclo animal, bichos-preguiça, aves silvestres e roedores atuam como hospedeiros. Já no ciclo urbano, os humanos são os principais hospedeiros do vírus. No Brasil, a região considerada endêmica para a doença é a amazônica, devido a facilidade de reprodução da larva do mosquito em folhas e troncos de plantas.
O Ministério da Saúde define a Oropouche como doença causada por um arbovírus, identificado pela primeira vez no Brasil em 1960, a partir da amostra de sangue de um bicho-preguiça capturado durante a construção da rodovia Belém-Brasília.
Dicas de prevenção
Como não há tratamento específico para a Oropouche, o Ministério da Saúde orienta algumas medidas de prevenção. Uma delas é evitar áreas com a presença do mosquito-pólvora ou minimizar a exposição às picadas com o uso de roupas compridas e de sapatos fechados.
Além disso, fazer a limpeza de terrenos e de locais de criação de animais, recolher folhas e frutos que caem no chão, usar telas de malha fina em portas e janelas.
- Evitar o contato com áreas de ocorrência e/ou minimizar a exposição às picadas dos vetores;
- Usar roupas que cubram a maior parte do corpo e aplique repelente nas áreas expostas da pele;
- Limpeza de terrenos e de locais de criação de animais;
- Recolhimento de folhas e frutos que caem no solo;
- Uso de telas de malha fina em portas e janelas.
Oropouche em Goiás
Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO) disse que não há casos confirmados de Oropouche em Goiás em 2024 e nem em anos anteriores. Além disso, destacou que Goiás não é endêmico para a doença, sendo a maior parte dos registros verificados estão em estados da região amazônica.
Neste ano, foram confirmados no Brasil mais de 7 mil casos da doença em mais de 20 estados até o dia 28 de julho. Nesta semana, São Paulo confirmou os primeiros casos no interior do estado.
De acordo com o Ministério da Saúde, duas mortes por Oropouche foram confirmadas na Bahia no mês passado. Até então, não havia nenhum registro de óbito associado à infecção em todo o mundo. As mortes foram registradas em pacientes sem comorbidades e não gestantes. A primeira morte, uma mulher de 24 anos. O segundo óbito, uma mulher de 21 anos.