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Paciente na fila por cirurgia eletiva em Goiás vai receber SMS

Fábio Lima
Sede da Secretaria Estadual de Saúde (SES), que vai enviar torpedos nesta semana para pacientes na fila da cirurgia eletiva

Um total de 17.024 pacientes que aguardam por qualquer tipo de cirurgia eletiva em Goiás pelo Programa Nacional de Redução de Filas do Ministério da Saúde vão receber na próxima terça-feira (14) uma mensagem por SMS. A Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO) vai perguntar se a pessoa ainda necessita do procedimento cirúrgico. A intenção é atualizar a fila de espera, o que está sendo chamado de higienização. Ou seja, aquele paciente que informar que não precisa mais da cirurgia será descredenciado, fazendo com que a fila ande automaticamente. Serão enviadas 26.620 mensagens e o número é divergente da quantidade de pacientes porque há pessoas com mais de uma cirurgia agendada e também com mais de um celular cadastrado.

A mensagem vai conter o nome do paciente e uma pergunta com três opções de resposta, sendo “1”, “2” e “3”, exatamente na ordem. A primeira delas é no caso de a pessoa ainda necessitar da cirurgia, a segunda é quando não precisar mais e a terceira é se a pessoa que recebeu a mensagem não aquela denominada na mensagem. A SES-GO reforça, para atentar os usuários contra possíveis golpes, que não haverá qualquer pedido de informações ou qualquer link para ser clicado, é apenas a pergunta com as opções de resposta. O subsecretário de Vigilância e Atenção à Saúde da SES-GO, Luciano Moura, diz que será uma pergunta simples e de fácil compreensão.

Ele explica que a intenção é limpar a fila com a retirada das pessoas que não precisam mais da cirurgia, ou por já ter feito em outra rede, seja pública ou privada, ou por não ter mais a indicação médica. “Uma cirurgia de ortopedia, por exemplo, pode ter sido indicada e o local ter calcificado bem com o tempo e não precisar mais. Ou mesmo alguma cirurgia que depende de indicação de um profissional e o outro preferiu um tratamento que foi aceito pelo paciente”, relata. As mensagens vão ser enviadas a partir de terça-feira (14) e o paciente que não receber não precisa se preocupar, pois não haverá a retirada da fila de cirurgia eletiva nesses casos.

“Se não receber ou se receber e não responder não perde o lugar na fila, só vai sair quem responder que não precisa mais da cirurgia. A nossa ideia é não perder tempo ao fazer um agendamento, porque entramos em contato e às vezes o paciente já não precisa mais ou já realizou e perdemos tempo com isso. Queremos agilizar isso”, diz Moura.

No entanto, o subsecretário da SES-GO lembra que a mensagem via SMS vai para os pacientes que têm o número de celular cadastrado no chamado CadSUS Simplificado Multiplataforma, Cadastro Único (CadÚnico) ou no sistema de regulação e que é importante manter o número atualizado, pois por ele é feito o contato para o agendamento da consulta pré-cirúrgica, por exemplo. Isso pode ser feito em qualquer unidade de saúde municipal, como Unidade Básica de Saúde ( UBS), Unidade de Pronto Atendimento (UPA) ou Centro de Atendimento Integral à Saúde (CAIS), ou mesmo nas sedes das secretarias municipais de cada cidade.

Em abril deste ano, Goiás informou ao governo federal ter um total de 125.894 cirurgias em espera, o que era cerca de 12% do que se tinha em todo o território nacional, sendo o estado com mais pacientes nesta situação, tanto em números absolutos quanto por índice de 100 mil habitantes (1.747). Na época, no entanto, a SES-GO argumentou que a quantidade ocorreu por ser o único estado a ter uma fila organizada, em que é feita a unificação dos dados com os municípios, sendo que a fila do Complexo Regulador Estadual, naquela ocasião, era de cerca de 17 mil pacientes.

De toda forma, esse número total de 125 mil pessoas na fila por uma cirurgia eletiva, em contrapartida, já não é mais o mesmo, segundo Moura. O subsecretário de Vigilância em Saúde da SES-GO explica que cerca de 60 mil procedimentos cirúrgicos eletivos já foram realizados neste ano, mesmo que, ao mesmo tempo, novos pacientes foram inseridos na fila. Ele conta que o sistema da secretaria está sendo atualizado e as informações exatas a respeito disso serão obtidas em breve. “Estamos fechando os dados ainda, já não são os 125 mil, mas o sistema está em atualização”, diz.

Desde o envio de informações ao Ministério da Saúde, o subsecretário afirma que a SES-GO, junto aos municípios, chegou a até mesmo zerar algumas filas de especialidades, como a de mastologia e oncologia mamária, o que ocorreu a partir dos mutirões feitos em razão do Outubro Rosa, que é o período dedicado à conscientização do Câncer de Mama em todo o Brasil. “A urologia também zerou neste mês de novembro, que é o Novembro Azul (alusivo à conscientização do Câncer de Próstata), e a arteriografia também zerou. Fizemos mutirões específicos por especialidades. Em dezembro vamos fazer o mutirão de oftalmologia, para zerar também”, confirma Moura.

SES-GO trabalha em três frentes

O subsecretário de Vigilância e Atenção à Saúde da Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO), Luciano Moura diz que o governo estadual tem trabalho em três frentes para solucionar o problema da espera pela cirurgia eletiva em Goiás. A primeira frente é a participação no Programa Nacional de Redução das Filas de Cirurgias Eletivas, Exames Complementares e Consultas Especializadas (PNRF), instituído por meio da Portaria número 90 do Ministério da Saúde, em 3 de Fevereiro deste ano. Neste caso, os recursos foram municipalizados, ou seja, as prefeituras é que se responsabilizam pela realização do pagamento dos procedimentos cirúrgicos. Mas Moura explica que o governo estadual complementou os recursos para ampliar a abrangência do atendimento aos pacientes da fila.

O programa do governo federal tem o planejamento de repassar R$ 20 milhões para os Fundos Municipais de Saúde, sendo que um terço desse montante já havia chegado antes do início dos procedimentos e os outros dois terços estão sendo repassados conforme a execução dos hospitais. “O Governo de Goiás também vai garantir R$ 20 milhões como complemento para o programa no estado e, o repasse será realizado mensalmente condicionado à execução e ao registro das produções”, informou a SES-GO na ocasião.

A segunda frente é realizada apenas com recursos do governo estadual e se refere exatamente aos mutirões que estão sendo feitos nas unidades hospitalares estaduais de alta complexidades. Em outra frente, há a realização de convênios com entidades privadas, com recursos também do Estado, para a realização das cirurgias, o que também tem a iniciativa de manter as unidades públicas com maior capacidade de atendimento de urgências e emergências. Em maio deste ano, a SES-GO divulgou que, ao todo, 42 municípios deveriam executar as cirurgias eletivas que estavam em espera, sendo em 68 hospitais privados conveniados ao Sistema Único de Saúde (SUS).

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