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Pessoas com comorbidades estão perto de serem vacinadas contra Covid-19 em Goiás

Wildes Barbosa/O Popular
Antônio Davi de Jesus, de 48 anos, desenvolveu anemia falciforme. Doença provocou arritmia cardíaca: “estou ansioso para tomar a vacina”

A vacinação contra a Covid-19 das 616,5 mil pessoas com comorbidades que moram em Goiás deve começar ainda nesta semana. Isso porque, de acordo com a superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO), Flúvia Amorim, há municípios que concluíram a imunização de idosos e profissionais da saúde e das forças de segurança e salvamento.

A finalização do registro de doses aplicadas no sistema do Ministério da Saúde não será exigido.

Flúvia diz que várias cidades apresentaram a documentação comprovando o fim da vacinação dos grupos em questão nesta segunda-feira (3) e outras devem apresentar nesta terça-feira (4).

“Aí vamos ter uma estimativa de quantos já mostraram”, diz. Esses municípios devem usar a parte das 211 mil doses de vacina da AstraZeneca/Fiocruz/Oxford que o Estado recebeu nesta segunda-feira para dar início a vacinação do grupo.

Entretanto, apesar de existirem municípios que finalizaram a vacinação dos grupos em questão, nem todos conseguiram cadastrar todas as doses aplicadas no sistema do Ministério da Saúde.

Até então, a orientação do governador Ronaldo Caiado (DEM) era de que as cidades que os municípios que não atualizassem totalmente o sistema do governo federal, ficassem impedidas de iniciar a vacinação de quem tem comorbidades.

Porém, Flúvia diz que a SES-GO entendeu que a população não pode ficar prejudicada por conta disso. “Vamos permitir que eles deem início e enviar as doses, contando com o compromisso deles de que as doses restantes serão todas cadastradas o mais rápido possível”, explica.

Fases

A vacinação de quem tem comorbidades ocorrerá em duas fases, sendo que a primeira vai ser para pessoas com síndrome de down, gestantes e puérperas, doentes renais que fazem hemodiálise, pessoas com deficiência permanente cadastrados no Benefício de Prestação Continuada (BPC) e pessoas com comorbidades entre 55 e 59 anos.

Depois, as pessoas com as outras comorbidades contempladas nas definições do Ministério da Saúde poderão tomar a vacina organizados por faixa etária de maneira decrescente.

O fundador da Associação de Anemia Falciforme Karoliny Victória, João Ferreira, conta que os membros da associação estão todos ansiosos pela vacina.

“Vai dar mais qualidade de vida para eles. Em 2016 fizemos um levantamento e existiam cerca de 3,7 mil pessoas com a doença no Estado”, relata João, que fundou a associação em 2015 depois de a filha morrer pela doença.

Um dos membros deste segundo grupo é Antônio Davi de Jesus, de 48 anos, que tem anemia falciforme. Ele descobriu a doença depois de sentir diversas dores, principalmente nas articulações, e precisou ser hospitalizado.

Atualmente, ele faz tratamento no Hospital das Clínicas (HC), da Universidade Federal de Goiás (UFG), mas não trabalha há cerca de dois anos por conta da doença, que fez ele desenvolver também arritmia cardíaca. “Estou ansioso para tomar a vacina. A gente acaba ficando muito fraco por causa da doença e com muito medo de pegar a doença”, finaliza.

 

SES-GO desenvolve formulário padrão

A Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO) divulgou nesta segunda-feira (3) o documento padrão que deve ser apresentado pelas pessoas com comorbidades para que elas possam ser imunizadas contra a Covid-19 (confira quadro).

“Ele foi feita para tentar facilitar a vida da pessoa que vai se vacinar e vale em todo o Estado”, diz Flúvia Amorim, superintendente de Vigilância em Saúde da SES-GO.

O documento foi construído depois de a pasta ter uma reunião na última semana com representantes de sociedades médicas relevantes como, por exemplo, a Sociedade Goiana de Pneumologia e Tisiologia (SGPT) e com o Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego).

Em nota, o Cremego informou que “em breve, divulgará uma orientação mais detalhada aos médicos sobre o preenchimento do atestado de comorbidades a ser apresentado pelos pacientes para a vacinação contra a Covid-19” e que “desde janeiro, o Cremego vem dando essa orientação aos médicos, mas, ainda nesta semana, deve oferecer um formulário padrão a ser elaborado em conjunto com a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia.”

A superintendente de Vigilância em Saúde da SES-GO aponta que além do formulário para vacinação oferecido pela secretaria, quem tem comorbidades também pode apresentar outros documentos que comprovem a existência das doenças, inclusive receitas médicas. “Desde que conste qual é a comorbidade de forma clara e legível, ela pode apresentar junto com o documento de identificação”, explica.

Flúvia esclarece ainda que a SES-GO tem orientado as secretarias municipais de Saúde para que elas façam um levantamento da quantidade de pessoas com comorbidades nos respectivos municípios que são tratadas e estão cadastradas no Sistema Único de Saúde (SUS), pois essa é mais uma forma de as pastas terem noção real do tamanho do grupo e controle de quem deve ser imunizado.

Goiânia 
A assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) da capital afirmou que irá usar o mesmo documento montado pelo Estado. Na capital, a vacinação desse grupo vai ocorrer preferencialmente por meio de agendamento por meio do aplicativo Prefeitura 24Horas. 

De acordo com a SMS, o aplicativo, que já apresentou instabilidade durante a vacinação de idosos, está funcionando bem e é usado inclusive para fazer o agendamento da vacinação de profissionais da saúde. Para aqueles que possuem comorbidades e não têm smartphone, o atendimento de demanda espontânea ocorrerá apenas pelos drive-thrus montados pela Prefeitura.

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