A Petrobras anunciou nesta sexta (9) corte de 2,2% no preço do óleo diesel em suas refinarias. É a segunda redução em abril, após a escalada verificada no início de 2021 usada pelo presidente Jair Bolsonaro para justificar a troca no comando da estatal.
O preço da gasolina, que também já foi reduzido em março, permanecerá inalterado.
Segundo a empresa, a partir deste sábado (10), o preço médio de venda do diesel nas refiarias R$ 2,66 por litro, redução de R$ 0,08 por litro em relação à média vigente até esta sexta. O corte acompanha a variação das cotações internacionais e a queda do dólar.
Ocorre em um momento de pressão nos preços diante da perspectiva de aumento do biodiesel, que representa 13% da mistura vendida nos postos. Além disso, em maio acaba o período de isenção de impostos federais sobre o combustível, que também tende a pressionar o preço final.
Além disso, há a pressão do imposto estadual: pela segunda vez após a isenção de impostos federais sobre o preço do óleo diesel, estados elevaram no início do mês o preço de referência para a cobrança de ICMS sobre o combustível. Desta vez, a alta ocorreu em 19 estados e no Distrito Federal.
A alta do diesel é um dos fatores que contribuíram para que o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de março ter atingido o maior patamar desde 2015, 0,93%. Em 12 meses, a inflação chegou a 6,10%, valor superior ao teto da meta para 2021, de 5,25%.
Em nota, a Petrobras diz que "é importante reforçar que os preços praticados pela Petrobras buscam equilíbrio com o mercado internacional e acompanham as variações do valor dos produtos e da taxa de câmbio, para cima e para baixo".
"Os reajustes são realizados a qualquer tempo, sem periodicidade definida, de acordo com as condições de mercado e da análise do ambiente externo. Isso possibilita a companhia competir de maneira mais eficiente e flexível e evita o repasse imediato da volatilidade externa para os preços internos", completou a estatal.
Na quinta (8), Bolsonaro voltou a criticar a empresa, classificando como "inadmissível" reajuste de 39% no preço do gás natural vendido às distribuidoras de gás canalizado. Mais uma vez, a declaração foi vista pelo mercado como sinal de que o governo pretende intervir na política comercial da empresa.
Indicado por Bolsonaro, o general Joaquim Silva e Luna deve ter seu nome ratificado em assembleia de acionistas na próxima segunda (12).
Na assembleia, acionistas minoritários da empresa vão tentar reduzir o poder do governo no conselho de administração da estatal, em uma ofensiva para limitar a possibilidade de interferência política na gestão da empresa.
A ideia é tentar emplacar ao menos dois nomes independentes nas vagas do conselho reservadas ao acionista majoritário, dobrando o número de representantes de minoritários no colegiado.