Geral

Plant Festival leva música instrumental ao Teatro Sesi no fim de semana

Rafaella Pessoa

Se o samba-jazz já foi uma das vertentes mais expressivas da música instrumental brasileira nos anos 1960, não é exagero que hoje o movimento seja reverenciar sua importância e influência cultural. O próprio nome já adianta do que se trata o gênero musical. Esse encontro da brasilidade com o jazz estadunidense é também a proposta do Plant Festival, evento dedicado à música instrumental que promove sua primeira edição nesta sexta (5), sábado (6) e domingo (7), no Teatro Sesi.

Os ingressos estão à venda via Sympla e na bilheteria do teatro no sistema de ingresso solidário (mediante doação de um livro infantil ou infantojuvenil).

Tanto o samba e o jazz como a fusão entre as vertentes ganham espaço de destaque ao longo do fim de semana, mas não só eles. “O Plant é um festival de música instrumental brasileira com influência do jazz. Então, musicalmente falando, abrange mais do que esses três gêneros”, aponta Gleyson Andrade, assistente de produção do evento.

Ele cita como exemplo a clarinetista e saxofonista israelense Anat Cohen, atração internacional do festival que se apresenta no sábado (6) ao lado do carioca Marcello Gonçalves, fazendo um duo de clarinete e violão 7 cordas. 

“Anat é uma das maiores musicistas do mundo e hoje mora em Nova York. Ela é uma artista de jazz mas a sua música tem uma característica universal, com muita influência da música brasileira e também da música tradicional judaica”, diz.

O violoncelista, compositor, arranjador, maestro e produtor Jaques Morelenbaum é mais um representante do Rio de Janeiro e fecha a programação do evento no domingo (7), acompanhado dos músicos Lula Galvão (violão) e Marcelo Costa (bateria) formando, assim, o Cello Samba Trio no palco do Plant Festival. Jacques é referência da música instrumental brasileira, principalmente de gêneros como a bossa nova, e por dez anos fez parceria com Tom Jobim atuando em espetáculos e gravações que os levaram a ganhar um Grammy pelo CD "Antônio Brasileiro".

A apresentação do Trio Corrente garante o samba-jazz no primeiro dia de festival. O subgênero resultante da fusão entre os dois estilos, oriundos de partes diferentes do mundo, assumiu sotaque próprio para formar uma das vertentes mais dançantes do jazz. Fabio Torres (piano), Paulo Paulelli (contra baixo) e Edu Ribeiro (bateria) formam o grupo que desde 2001 está na ativa e já passou pelos quatro cantos do mundo com seu som original a partir de interpretações de clássicos do choro, MPB e do seu crescente repertório autoral. O trio coleciona premiações, incluindo Grammy e Grammy Latino por melhor álbum de jazz latino.

Centro-Oeste
Enquanto se acompanha na capital o crescimento do cenário de vertentes musicais como o samba e o forró, por exemplo, a música instrumental ainda está consolidando seu caminho por essas bandas, observa Fernanda Santos, à frente da produtora Plant Cultura, realizadora do festival. “O evento veio para somar com o cenário e com os artistas locais que temos na programação, sendo que três deles trabalham hoje exclusivamente com a música instrumental”, comenta. 

Ela destaca que o festival promove um intercâmbio cultural com músicos de outros Estados e países, com alguns deles se apresentando em Goiânia pela primeira vez.
Goiás é quem abre os trabalhos para os três dias de música instrumental que tomam conta do Teatro Sesi neste fim de semana. Na sexta-feira (5), a flautista Adriana Losi apresenta composições de Altamiro Carrilho, compositor e flautista que foi um dos maiores nomes da música instrumental brasileira, ao lado do grupo formado por Leandro Gomes (cavaco), Rayssa Almeida (contra baixo), Diego Amaral (percussão), Leandro Mourão (violão), André Luiz Martins (trombone e arranjos) e Jader Gomes (bateria). Durante a apresentação, Gleyson Andrade deixa um pouco as funções de produção de lado para fazer uma participação especial tocando violão. O concerto tem todos os arranjos exclusivos, feitos por André Luiz Martins.

A conexão Goiânia-Brasília do Plant Festival traz Dudu 7 Cordas Sexteto no sábado (6) e Iara Gomes Trio no domingo (7). Dudu é violonista de 7 cordas e apresenta músicas autorais do seu EP recém-gravado, Dudu 7 Choros, com participação no palco de Igor Diniz no contrabaixo, Júnio Viegas no pandeiro, Léo Benonno cavaco, Luiz Ungarelli na percussão e Thanise Silva na flauta. Já Iara Gomes, pianista, compositora e arranjadora que se destaca pela atuação na música instrumental brasileira e no jazz, leva as musicistas Paula Zimbres (contrabaixo) e Larissa Umaytá (pandeiro) para completar o trio no show que conta, ainda, com participação da flautista Thanise Silva.

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